MÃE, A SUPER-HEROÍNA –
Quando nascemos, ainda nem bem conhecemos os segredos da vida, mas imediatamente sentimos segurança plena, por termos ao lado, alguém muito especial, possuidora do dom não somente de alimentar, mas também transmitir carinho, energia e aquecer o coração. Não entendemos nada, porém já sabemos que aquele anjo que trazemos ao lado, sempre será a estrela guia que Deus nos ofereceu: a nossa Mãe
Hoje vivemos momento de descarga emocional crescente, fruto do malefício causado por um vírus assassino que se alastra rapidamente, trazendo desconfiança, sofrimento, nos afastando dos que adoramos, levando a sentir a dor de não poder usufruir do convívio de quem tanto queremos, e principalmente quando se aproxima o segundo domingo de maio, maltrata imaginar não poder beijar carinhosamente, aquela figura amiga, que dedica aos seus filhos o mais puro dos sentimentos. Pessoa para quem por mais palavras carinhosas se dediquem, jamais serão suficientes para expressar o que se passa no mais íntimo dos corações: a nossa Mãe.
Lembro que em minha infância, adorava vestir roupas dos super-heróis das revistas de quadrinhos, durante as intermináveis brincadeiras nos jardins de casa. Eu me sentia forte, imbatível, alegre e realizado. Pouco depois, aprendi que na vida real, eles praticamente inexistem, e os encontrados, não possuem asas ou voam, são incapazes de soltar raios pelo olhar, de se tornarem invisíveis e muito menos levantar barras pesadas de ferro… na verdade, são de carne e osso, todavia simplesmente nos completam. Eu, inicialmente tive uma super-heroína, que acordava cedo, sorria constantemente sem perder a austeridade, trabalhava muito, e assim conseguia não somente me oferecer a melhor formação possível, como também, ao seu modo influenciava o mundo. Em algumas oportunidades sentia até uma ponta de ciúmes, ao ver outros que com ela conviviam regularmente, chamando-a de “mãe”, tal o respeito e consideração com que eram por ela tratados. Mas permanecia feliz, até porque para mim, sempre foi e será não somente uma rainha, mas a minha Mainha.
Já na maturidade, conheci uma nova super-heroína, a mãe das minhas filhas, aquela que ao longo dos anos tem conseguido me oferecer a motivação perfeita para a difícil corrida a favor da vida. Exemplo de capacidade em lidar com problemas, adaptar-se às situações impostas pelo cotidiano, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas. Um exemplo de constante felicidade.
Pudesse eu voltar no tempo, gostaria de ser o Homem-Aranha e sair por aí afora, dependurado em teias projetadas de meus punhos, para finalmente encontrar o Coronavírus e pegando-o pelos inúmeros chifres de seu corpo balofo e arredondado, esbofetear a carranca e calmante lhe falar: “Você Já dançou com o demônio à luz de uma fogueira?”, para depois afogá-lo em um barril de álcool puro, e jogar um fósforo aceso em seu interior. E aí então estaríamos todos livres não somente para retornarmos à rotina, mas principalmente para novamente beijarmos e abraçarmos as nossas queridas mães.
Resta a certeza de que em uma terra carente de exemplos de cidadania e amor, existe uma figura considerada unanimidade, uma verdadeira super-heroína: Nossa Mãe! única no mundo, capaz de compreender até o que os filhos não dizem. Beijando Marlene e Ana Lanverly, reverencio todas as genitoras do planeta.
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras