Solange Bezerra, mãe da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, passou mal e precisou ser levada a um hospital após ser detida na manhã desta quarta-feira (4), numa operação contra uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A filha também foi levada à delegacia.
De acordo com a Polícia Civil, foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações e bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. No entanto, até a última atualização desta reportagem, não esclareceu a quem pertencia cada bem.
Mãe e filha foram levadas para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste do Recife. Por volta das 8h40, uma ambulância do Corpo de Bombeiros chegou ao local. Vinte minutos depois, saiu do local escoltada por uma viatura da Polícia Civil.
Funcionários da delegacia, que não quiseram se identificar, disseram ao g1 que Solange Bezerra teve falta de ar, foi socorrida e levada para um hospital particular. Pouco tempo depois, voltou ao Depatri.
Ao todo, segundo a Polícia Civil, foram expedidos outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiânia. Os nomes dos alvos não foram divulgados pela corporação.
Deolane, que mora em São Paulo, passava o fim de semana em Pernambuco, onde nasceu, quando foi presa. A prisão da mãe, Solange, foi divulgada nas redes sociais pela irmã de Deolane, Dayanne Bezerra.
O g1 perguntou ao Corpo de Bombeiros informações o estado de saúde de Solange Bezerra e para onde ela foi levada, mas a corporação informou que informações sobre o caso só poderiam ser passadas pela Polícia Civil, que não se pronunciou.
Em entrevista coletiva concedida no fim da manhã, a Polícia Civil de Pernambuco não explicou qual é a ligação de Deolane com o suposto esquema nem detalhou como atua a organização criminosa investigada.
O chefe da polícia, Renato Rocha, disse que a operação mira uma organização que faz lavagem de dinheiro de recursos provenientes de jogos ilegais. Ele não explicou, porém, que jogos são esses, não deu os nomes das pessoas e empresas investigadas nem detalhou como ocorre a lavagem de dinheiro.
Em nota, a defesa de Deolane diz que ela está à disposição das autoridades para esclarecer os fatos e pede que seja respeitado o princípio da presunção de inocência.
O que diz a defesa
O escritório da advogada Adélia Soares, que defende Deolane e Solange, publicou uma nota nas redes sociais em que diz que a investigação é sigilosa e que a divulgação de detalhes específicos do processo “não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de Justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais”.
“Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos. Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dra. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida”, diz a nota.
Nas redes sociais, a irmã de Deolane, Dayanne Bezerra, disse que a irmã e a mãe são inocentes.
“Mais uma vez, venho aqui por minha cara a bater e falar que estamos sendo perseguidas. E que vamos provar a nossa inocência, custe o que custar. Espero que não venham especular e que não me perguntem nada. O que eu tinha para dizer, está dito aqui. E se eu tiver alguma atualização, eu venho falar, porque nós não temos vergonha e nós não devemos nada”, disse a irmã.
Operação
A prisão de Deolane aconteceu em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife. A informação foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil de Pernambuco.
As investigações da operação “Integration” foram iniciadas em abril de 2023. Ainda de acordo com a Polícia Civil, também foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações.
Além de bloqueios de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões, entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
As investigações contaram com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás. Ao todo, 170 policiais estão envolvidos na operação.
Fonte: G1