MÃES QUE CHORAM –

As últimas notícias que desfilaram na mídia televisiva chamaram a minha atenção pelas cenas monstruosas de mães que maltratam, espancaram e até permitiram ou mataram os seus filhos. Essa falta de amor filial me deixou irritado e, até, com os “nervos à flor da pele”. Entristecido mesmo.

Me contive e me indaguei: Por que essas mães não choram? Contudo, levei minha reflexão a um estado de busca por uma resposta além daquela que se apresentava: Qual o passado dessas mães antes da maternidade?

Por mais que eu mudasse o cenário, não antevi nenhum elemento que justificasse tamanha barbárie. Apenas encontrei uma resposta: a falta de Deus em suas vidas!

Resolvi então consultar algumas mães, amigas, a partir de uma pergunta: O QUE FAZ UMA MÃE CHORAR?

Recebi dezenas de respostas. Algumas mais detalhadas, outras mais simplificadas, porém todas significativas. Para adequar ao limite de caracteres deste artigo tomei a liberdade e, aqui, peço a compreensão de todas vocês que colaboraram, de poder resumir, sem perder a essência de cada resposta.

Alguns pais resolveram também enviar suas respostas. Vou considerá-las.

Vejamos então:

“Ver o filho doente e triste nos deixa ao ponto de chorar… daí entendemos os sentimentos das nossas mães para conosco…” (Rosa Lopes)

“Ver um filho doente, ver um filho sofrendo. Ser incompreendida.” (Teresinha Ávila)

“Não poder abraçar e beijar; datas comemorativas em família sem a presença deles; doenças; não ter dinheiro pra comprar comida e matar a fome do filho.” (Denise Alves)

“Mãe também chora de alegria! A gente chora quando o filho atinge um patamar educacional ou profissional que  tanto fez por merecer.” (Liliane Furtado)

“Chora de emoção ao saber da primeira gravidez da filha; também chora de felicidade  e emoções, ao assistir ao casamento de um filho(a).” (Nizia Cunha)

“Chora quando as doenças atingem nossos filhos e familiares; morte, divórcio, perda de emprego, traição, injustiça, saudade; felicidade também faz uma mãe chorar.” (Socorro Praxedes)

“O que me faz chorar é poder ter a possibilidade de ver meu filho feliz.” (Nelma Cláudia)

“O que me faz chorar: doenças, angústias, até a felicidade do filho e da família.” (Meire Marta)

“Quando quer resolver as dificuldades dos filhos e não pode.”(Marilanda Josuá)

“Quando se é mãe, a sensibilidade aflora. O sofrimento de outros nos faz chorar. Pelos nossos filhos, choramos por ‘N’ motivos, até pela felicidade que eles demonstram.” (Maria Zaira)

“Só encontrei momentos de felicidades sem choro.  O choro não fez parte dessa missão que a vida me concedeu. No poema ‘A Poeta’ cito: “as vezes até parece / que não tem coração / as lágrimas não vêm aos olhos pela emoção/ quando brotam é de alegria” (Heloisa Brandão)

“Chora por fazer o seu melhor papel, embora erre muitas vezes no intuito de acertar, chora ainda mais ao sentir a alegria de uma grande realização no filho que está feliz.” (Sheila Cardoso)

“Chora pela dor de um filho e por suas conquistas. Chora por não poder evitar seus sofrimentos e que mesmo tentando, ensinando, protegendo, a vida tem uma forma própria de ensinar.” (Bárbara Seabra)

“Ver um filho doente ou em estado de sofrimento. Ser rejeitada por um filho também é um motivo para chorar.” (Sayonara Medeiros)

“Ingratidão de um filho.” (Socorro Ximenes)

“O que corta o coração de uma mãe é perder um filho. Nem existe nome para isso. Filho fica órfão, esposos ficam viúvos, a mãe que perde um filho fica com aquela dor, para sempre.” (Ana Rabelo)

“Chora quando está grávida; quando o filho ou filha nasce, quando eles andam e falam pela primeira vez; quando estão tristes ou felizes; mãe chora mesmo sem saber porquê.” (Amélia Micussi)

“Perda de um filho, parente, amigo, emprego, fome (família). Mãe perde o chão quando o filho não está bem, doente ou com outros problemas. Mãe dá a vida pelo filho.” (Gorethe Fernandes)

“Chora quando o filho nasce. Quando o filho vai morar longe. Quando o filho faz confidências tristes. Quando o filho adulto ainda não é independente. Mãe chora de alegria e tristeza.” (Idailda Miranda)

“Não poder tomar as dores do meu filho para mim.” (Danielle Lisboa)

“A dor do filho” (Gerusa Soares) e (Irma Andrade)

“As conquistas dos filhos (chorar de alegria).” (Kátia Ramalho)

“Se achar impotente para ajudar um filho.” (Ismênia Cardoso)

“Chora por tudo e por nada. Ela não  precisa de um motivo específico, seja na alegria ou na tristeza.  Mães se emocionam com as conquistas, bem como, as derrotas dos seus filhos.” (Teresinha Micussi)

“Alegrias relacionadas ao sucesso dos nossos filhos (formatura, casamento); primeira Eucaristia dos netinhos. Chora quando perde pessoas que ama; de saudades quando o filho vai morar longe; quando os filhos adoecem; quando os filhos se casam e depois se separam.” (Ivone Cristina)

“Chora de alegria pelo progresso do filho no bem, com dignidade e ética. De tristeza, pelos descaminhos e não ter como fazê-lo compreender a fazer novas escolhas.” (Nubinelma Santos)

“Chora ao ver o sofrimento de um filh@. De saudade quando existe a distância; de alegria quando sua cria se realiza em qualquer segmento da sua vida. Essas emoções são efeitos colaterais da maternidade.” (Fátima JF Cabral)

“Um filho doente deixa qualquer mãe triste, fastidiosa e chorosa.” (Laryssa Josuá)

“Chora muito de emoção ou preocupação especialmente com saúde dos filhos ou qualquer outro evento que os leve ao sofrimento.” (Lourdinha Brito)

“Quando percebo que meu  filho(a) está com uma dor e eu não tenho como solucionar. Quando, na apresentação do TCC do meu filho, que se formou como psicólogo, fiquei sabendo que o tema escolhido por ele foi a importância da equipe de limpeza dentro de um hospital, do caos à calmaria, deu visibilidade aos invisíveis. Fiquei muito orgulhosa durante o estágio dele na Liga do Câncer. Choro ao ser preterida, concordo em dividir a atenção e o amor, mas fico muito triste se sou esquecida. Quando sinto-me culpada por algum dissabor passado por ele e chego à conclusão que não preparei-os para tal, mães são seres banhados de culpa, por mais que faço, acho que poderia ter feito melhor.” (Angelita Almeida)

“Todas as mães choram quando vêem o filho ameaçado por algum mal e também no esvaziamento da casa pela saída do mesmo.” (Lenira Regalado)

“Ver um filho triste… Quando meu filho é vítima de discriminação e de insjustiça.” (Dos Anjos Soares)

“Nesses meus vinte dias de mãe, o que posso falar é que uma mãe chora por tudo. Feliz pela dádiva de Deus em dar-me Olívia. Choro ao vê-la com algum desconforto. A vontade é de colocá-la numa bolha e protegê-la de tudo.” (Juliana Fernandes)

“O que faz uma mãe chorar é a saudade do filho, mesmo sabendo que toda separação é temporária.” (Fátima Pontes).

“Saudades de um filho.” (Nilza Álvares)

“Muito tempo sem notícias de um filho.” (Jaomar Vidal)

“Chorar pelo filho que causa desgosto, que rouba, que mata e, principalmente, pela fome de muitos filhos alheios.” (Augusto Santos)

“Um filho enfermo faz uma mãe chorar.” (Alberto Da Hora)

“Chora quando não tem como alimentar seu filho com fome.” (Bridenor Costa)

“Todas as mães são extremamente fortes, mas todas choram. A maioria por dentro para que seus filhos não vejam e possam aparentar fraqueza. Choram pelas injustiças contra seus filhos.” (Jorge de Castro)

“Um filho! Sem um filho não existiriam “choros” nem “gargalhadas”de uma mãe.” (Elan Miranda)

O que pude tirar de todas essas respostas é como diz a amiga Ionele Pereira: “Muitas coisas fazem uma mãe chorar!”.

Não lembro de ter visto minha mãe chorar, mas tenho certeza que no seu recluso íntimo, suas lágrimas e orações brotavam em súplica pela felicidade dos seus filhos.

Salve as MÃES!

 

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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