O maestro e pianista João Carlos Martins se emocionou com um menino de 6 anos com autismo que foi regente da Orquestra Bachiana Filarmônica durante parte de um concerto na noite desta quarta-feira (3), no Teatro do Sesi da Avenida Paulista, em São Paulo.

João Felipe Dantas é potiguar e foi convidado para São Paulo pelo maestro para reger, sozinho, a orquestra comandada por ele na “Pequena Serenata Noturna”, de Mozart. Ao fim da apresentação, ao ser aplaudido de pé pelo público, o menino foi às lágrimas e fez o maestro chorar junto.

“João Felipe demonstrou o poder da música. E eu percebi que ele não esperava essa reação do público. Quando ele viu a reação, aí não era só o coração, tocou em todo o corpo dele”, disse João Carlos Martins.

O maestro disse que a partir da próxima semana o menino vai iniciar os estudos de música clássica e que será monitorado por ele.

“Esse menino vai fazer história no Brasil”, concluiu.

João Felipe e o maestro se conheceram em abril deste ano, quando João Carlos Martins se apresentou pela primeira vez em Natal, tocando piano em um evento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio). Na oportunidade, o maestro convidou o menino para subir ao palco.

Segundo os pais, João Felipe tem um foco para a música clássica desde os primeiros anos de vida e se apaixonou por orquestras, passando a ter o sonho de se tornar maestro.

Ele desenvolveu habilidades sozinho e já havia se apresentado com a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte.

“Me falaram que ele tinha intuição musical, eu chamei-o no palco, comecei a tocar ‘Ária da quarta Corda’ [de Bach], e ele fez o gesto direitinho. Quinze dias depois, eu mandei uma gravação da ‘Pequena Serenata Noturna’, de Mozart, e disse para o pai dele: ‘Veja se ele experimenta reger isso’. Uma semana depois, o pai me mandou ele regendo com a gravação”, contou o maestro João Carlos Martins.

 

A dedicação do menino fez com que o maestro formalizasse o convite para que João Felipe se apresentasse com ele em São Paulo.

“Eu falei: ‘Eu vou fazer uma coisa que talvez não aconteceu – no Brasil certamente – talvez no planeta. Um menino [regendo]’. Isso é porque nós queremos quebrar tabus, adversidades”, disse.

Fonte: G1RN

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