José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, morreu nesta quinta-feira (24) na capital paulista, segundo confirmou sua esposa, Irani Pinheiro, ao g1. A lenda do boxe brasileiro sofria de Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística, uma doença incurável.
O ex-boxeador tratava da ETC no Centro Terapêutico Anjos de Deus, em Itu, no interior paulista. De acordo com informações da instituição, Maguila teve uma piora no quadro.
Ele deixa a esposa e três filhos, Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior.
Em seu perfil no Instagram, a família publicou a informação da morte: “É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de Adilson Maguila, uma figura emblemática e muito querida dentro e fora do ringue. Deixa um legado inestimável no esporte e na vida de muitos brasileiros. Maguila permanecerá vivo em nossas memórias e corações”.
Leia a íntegra da mensagem:
“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de Adilson Maguila, uma figura emblemática e muito querida dentro e fora do ringue. Deixa um legado inestimável no esporte e na vida de muitos brasileiros. Maguila permanecerá vivo em nossas memórias e corações.
Informamos que, em breve, divulgaremos detalhes sobre o velório e o sepultamento para que amigos e familiares possam prestar suas últimas homenagens.
Neste momento de luto, pedimos que respeitem a privacidade da família e que enviem suas condolências e solidariedade de forma respeitosa.
Trajetória
O peso-pesado nasceu em 12 de junho de 1958 em Aracaju, Sergipe. Sua carreira no esporte durou de 1983 a 2000. Das 85 lutas profissionais, ele venceu 77 – sendo 61 por nocaute -, sete derrotas e um empate técnico. Entre os confrontos mais comentados estão a famosa luta contra George Foreman, em que o americano nocauteou o brasileiro.
O ex-boxeador foi comentarista de economia do programa “Aqui Agora”, do SBT, na década de 90. Ele também fez parte do elenco fixo do “Show do Tom”, programa humorístico da Rede Record, em 2004.
Antes de completar 50 anos, o lutador foi diagnosticado com Encefalopatia Traumática Crônica (ETC). Contudo, antes disso, um erro médico resultou no tratamento de Alzheimer até 2015, quando o neurologista Renato Anghinah começou a tratá-lo pensando no principal fator o que fez desenvolver a ETC: os golpes na cabeça que sofreu ao longo da carreira de boxeador.
Em 2022, Maguila deu uma entrevista ao GE, em uma clínica no interior de São Paulo. Na época, ele passava por cuidados paliativos.
“Quero mandar um abraço para todo o povo brasileiro que me viu lutar. Estou bem e fiquem tranquilos. Só não posso mais lutar, mas estou bem. Essa doença que nem sei falar o nome, mas é difícil. É para o povo ficar tranquilo que estou bem”, disse Maguila na época.
Origem do apelido
Antes da carreira como atleta, ele fez bicos e trabalhou como segurança em boates. Em razão do seu porte físico, recebeu o apelido de “Godzilla” — monstro fictício conhecido pela aparência similar a de um dinossauro.
Posteriormente, passaram a chamá-lo de Maguila em alusão racista ao gorila Maguilla, personagem de desenho animado de Hanna-Barbera.
No início, o boxeador não gostava de ser chamado assim, porém logo o nome vazou, e ele passou a ser conhecido nos circuitos de luta dessa forma. Maguila ressignificou o apelido racista e o transformou em símbolo de força.