Pelo menos 63 pessoas desapareceram em um novo naufrágio frente à costa líbia, no último drama da migração clandestina no mar Mediterrâneo, que eleva para quase 170 o número de desaparecidos desde sexta-feira (29).
Os 63 imigrantes desapareceram após o naufrágio de sua embarcação no domingo (1º), diante da Líbia, disse nesta terça-feira (3) à agência France Presse o porta-voz da Marinha líbia, citando testemunhos dos resgatados.
Segundo o general Ayub Kacem, foram resgatados 41 migrantes que usavam coletes salva-vidas.
“A Guarda Costeira não encontrou corpos no local”, afirmou.
Os resgatados contaram que havia 104 pessoas na embarcação, até naufragar próximo a Garabulli, cerca de 50 quilômetros ao leste de Trípoli.
Há meses, essa região é o principal ponto de saída de embarcações lotadas de imigrantes que se arriscam a tentar a perigosa travessia do Mediterrâneo para chegar à Itália.
Desde os tempos do ditador Muamar Khadafi, derrubado e executado em 2011, milhares de imigrantes atravessam as fronteiras do sul da Líbia, sobretudo, para tentar cruzar o Mediterrâneo rumo à Europa. A situação piorou com a queda do ditador, em meio ao caos que reina na Líbia.
Além dos 41 resgatados, um navio da Guarda Costeira líbia atracou na segunda-feira em Trípoli com outros 235 imigrantes a bordo – incluindo 54 crianças e 29 mulheres-, resgatados em outras duas operações na mesma zona.
O barco chegou com quase 24 horas de atraso por causa de uma avaria, explicou Kacem.
Na última sexta-feira, a guarda costeira da Líbia resgatou 16 imigrantes que sobreviveram a um naufrágio perto de Trípoli. Naquele dia foram recuperados os corpos de três bebês, e mais de 100 pessoas foram declaradas desaparecidas no naufrágio de sua embarcação, também frente a Garabulli.
Desde sexta-feira, a Guarda Costeira líbia resgatou, ou interceptou, mais de mil imigrantes. Uma vez em terra, as autoridades líbias levam esses imigrantes para centros de detenção.
Fonte: France Presse