MAIS UM FINAL DE ANO… –
Estamos vivendo o final de mais um ciclo, em nossas vidas. Uma época que, por incrível possa parecer, nos anima a refletir: sobre o cotidiano, as pessoas com quem convivemos, as que ganhamos e outras que não conseguimos segurar a nosso lado, por mais que nos esforçássemos.
Em todos os quadrantes da cidade, homens e mulheres, apesar do corre-corre que a vida lhes impõe, parecem concordar em abrir suas almas, deixando vazar o espírito de benevolência e generosidade, alegria e companheirismo, perdão e, até, generosidade, que trazem guardados nas simbólicas cafuas de seus corações.
Mesmo assim, passeando no shopping, andando na praia, sentado em um meio-fio de calçada, enquanto faz companhia ao neto em suas trampolinagens características, facilmente se pode notar que as pessoas, mesmo exalando sentimentos nobres, diferem, muito, umas das outras.
Algumas apostam no sorriso otimista. São as que saem por aí enfatizando o hino oficial do Natal e a inesquecível canção: Deixei meu sapatinho, na janela do quintal. Papai Noel deixou meu presente de Natal. Como é que Papai Noel, não esquece de ninguém, seja rico, ou seja, pobre o velhinho sempre vem…
Outras, porém, fortalecem o pessimismo e, para tristeza do mundo, preferem cantar: Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel… Bem assim felicidade, eu pensei que fosse uma, brincadeira de papel… Já faz tempo que pedi, mas o meu Papai Noel, não vem… Com certeza já morreu ou então felicidade é brinquedo que não tem…
E, ainda, como que analisando a humanidade, pode-se entender que Natal é, também, uma época de contrastes. Que bom seria se as pessoas, entendessem não serem os presentes, fartamente distribuídos, promessas ou moedas de troca; que os beijos e abraços, não são contratos; e as festinhas de amigo secreto, tão em voga, neste período, muito bem poderiam ser batizadas com outro nome…
E ainda, olhando para o céu, ou admirando as luzes que enfeitam a cidade, não tenho nenhuma dúvida em me posicionar no contexto dos que vivenciam mais um final de ano. Faço parte do grupo dos que tem amigos verdadeiros: minha família, símbolo maior da felicidade e paradigma da unidade, proveniente da força do amor, característica de quem acredita que, para uma história ser bonita, não deve existir ponto de chegada, mas, sempre, uma estrada contínua por onde a carruagem de nossos sonhos nos conduza às estrelas.
Estamos batendo aos portões do Novo Ano, quando, outra vez, tudo recomeça. Fica uma certeza: a esperança de melhores dias será, sempre, uma constante no coração de todos nós; que o sorriso será, finalmente, a linguagem universal, e a decência, como a seriedade, serão patamares de sustentação de uma sociedade coerente e realizada. Um Feliz e Próspero Ano Novo para todos. Que venha 2021. Estamos preparados para recebê-lo..
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras
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