Dalton Mello de Andrade

Cada doido com sua mania. Mas, nem todas as manias são de doidos. Atualmente, a mania do uso de equipamentos eletrônicos não quer dizer que estamos, todos nós, com a cuca lesa. Pelo contrário; como são úteis. Claro, há os viciados, que não largam os seus por um minuto, deixam de conviver e interagir com as pessoas, a não ser através de seus smartphones, ou iPads, ou o que for. Eu mesmo brigo com meus netos, que não largam os seus. E, junto de mim, quase os obrigo a “arquivar” seus instrumentos. Embora, sejamos francos, não tenha muita autoridade para isso. Também gosto da fruta.

E não é de hoje. Sempre fui um apaixonado por tudo que é eletrônico. Em 1958 me tornei radioamador. E, daí em diante, qualquer novidade, nesse campo, abraçava com entusiasmo. Naquele tempo, as mínimas coisas faltavam por aqui. Cheguei a montar os meus transmissores e receptores. Havia uma firma americana chamada Heathkit, que vendia kits para você montar. Eu e Solonzinho (Sólon Galvão Filho) montamos vários. Eu lendo o manual e distribuindo as peças, Sólon, hábil como ele só, com o ferro de soldar. E nos divertíamos muito. E aprendíamos, diga-se de passagem.

Montávamos também as antenas. Transmissor e receptor sem antena não é nada. De todos os tipos, modelos e tamanhos. As instalávamos em nossos casas e nos comunicávamos com o mundo. Tempos inesquecíveis. Lembro-me que, num dos muitos veraneios que fizemos juntos, alugamos uma casa à beira mar em Ponta Negra, e instalamos nossas antenas na praia, em frente à casa. Faz tempo. Praia vazia, civilizada, sem brigas e assaltos. Bons e sadios tempos.

O progresso, que sempre demora mas termina chegando por aqui, nos libertou dessas tarefas, que gostávamos, mas se tornaram desnecessárias. Passamos a adquirir tudo pronto, equipamentos e antenas. A curiosidade, no entanto, permaneceu e se manteve, dai termos facilmente nos adaptado aos novos tempos e a miniaturização trazidas pelos transistores. Mudar foi prazeroso e fácil, pois sempre estivemos abertos à evolução.

Embora continue com o meu prefixo, PS7SO (e Sólon também, PS7SL), uso muito menos o rádio. A internet, das maiores descobertas que conheço, seguindo os passos do rádio e da TV na aproximação das pessoas, nos permite hoje contato instantâneo com tudo e com todos, e as distancias desapareceram. Os vários aplicativos desenvolvidos, e novos surgem todos os dias, são assombrosos. Maravilho-me com as possibilidades oferecidas pelo YouTube, por exemplo. Estou lendo um livro, cita uma pessoa qualquer, menciona uma música, uma orquestra, você aciona o aplicativo e na mesma hora lê sobre o indivíduo, ouve a música, a orquestra. E ainda sugere pesquisas adicionais, na mesma linha de sua consulta preliminar. E muitos outros são impressionantes. Todos conhecem o Google, que não deixa pergunta sem resposta.

Fico aqui com os meus botões, imaginando. Como será o mundo daqui a cinquenta anos? Se há alguma coisa que eu gostaria de ver, essa é uma delas. Quem sabe? Talvez descubram uma pílula da longevidade. Mas tem que ser logo!

Dalton Mello de AndradeEx Secretário de Educação do RN

Ponto de Vista

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