MÉDICO E POETA –
Deus deu ao mundo, profetas, anjos, mestres, enfermeiros, médicos e poetas para, entre outros, ajudá-Lo no trabalho da messe. Qual o trabalho mais importante? Todos. Deus precisa de cada um de forma diferente.
É preciso discernir o que está acontecendo aqui pertinho de nós e também lá fora no mundo do outro, como se não fôssemos uma só grande nação. Você pode estar achando que tudo acontece conforme o destino traçou para você e, portanto, cabe aos outros também cumprir a sua sina.
Egoísmo?
No livro de Números (Capítulo 10), vemos que Deus fala a Moisés para construir duas trombetas: uma para tocar o tempo de adoração e a outra para o toque da guerra. Estamos num tempo de grande tribulação. As peças que a todo custo tentavam se ajustar no grande dominó mundial, eis que se empurram umas às outras e na queda vão contagiando e desarrumando outros dominós mundo à fora. É a enfermidade epidêmica amplamente disseminada. É preciso ouvir a voz silenciosa. O som da trombeta. Atentemos para distinguir se toca para adoração ou para a guerra.
Pois bem!
Tudo isso para chegar ao ponto que me fez escrever esse texto.
Como assim?
O médico e poeta Napoleão Veras, amigo dos bancos escolares do querido Salesiano São José (anos 60), me envia um poema que expressa o atual momento em que os profissionais e voluntários da saúde, atentos ao toque da trombeta, são chamados à linha de frente para com seus dons, habilidades e conhecimento travar uma luta contra o inimigo que guerreia sem escolher adversários.
Esses abnegados operários da Saúde também são membros familiares e como tais carregam consigo as preocupações e os cuidados com os seus afins.
Vejamos o que diz seu belo e sensível poema:
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“Não me imaginei com forças. / De onde saíram?
Dos longes d’alma / Do sentimento mais fundo.
Da noite mais negra / Que veio ligeiro nos engolir.
Certamente da natureza / De que sou feito (feita).
De repente uma voz a dizer: / Fiquem em casa, não saiam…
E virando-se para mim: / Você não, vá pra frente, pra luta!
Não sou anjo, tão frágil sou… / Mesmo sem asas, aqui estou!”
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No instante imediato ao receber tão bela reflexão, respondi: Amigo Napoleão, siga firme. Não solte a mão de Deus. Porém suas palavras foi invadindo a minha alma e na inspiração que insiste em estar ao meu lado, retomei a mensagem e complementei:
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“Está sim!
Não precisas de asas / Forte és, sem ser anjo
Ao ouvir a tua muda voz / Dizendo, segue em frente.
A força? Essa já tens!”
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Ouçamos o som da vida.
Estejamos atentos, pois um novo mundo surgirá. Uma nova ordem ditará a afinação que o diapasão da solidariedade humana exigirá de todos nós.
Sejamos poetas da irmandade.
Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)
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