MEU CAVALINHO DE PAU –

Passeando descontraidamente com o casal amigo Elan Miranda e Idailda pelas alas do Shopping Manaíra, em João Pessoa/PB, eis que sou tomado pela emoção ao encontrar na prateleira de uma das lojas, um cavalinho de pau, entre tantos outros enfeites natalinos, comuns à época.

Imediatamente, ao tomá-lo nas mãos meus olhos brilharam e todo um filme desencadeou-se, deixando-me absorto pelo forte apelo de minha infância.

Sim, também fui criança um dia.

Segurando aquele cavalinho de pau, meu coração sorriu em gratidão.

Lembrei-me que tinha uma anotação, feita recentemente, sobre um dos mais belos momentos que vivi como infante e que aqui peço permissão para compartilhar:

 

MEUS SAPATINHOS SURRADOS

Ontem fui dormir me lembrando de meu pai…

Então juntei os sapatinhos ao lado da cama,

Sapatinhos esses já não tão pequenos, porque o tempo foi passando

E a minha idade de criança foi ficando mais distante.

Hoje, já no andejar para a chegada ao fim do caminho, os sapatos estão surrados

Pelo tanto caminhar…, mas eles são meus sapatinhos.

 

Então os coloquei ao lado da cama e me lembrei muito do natal em que eu esperava ansiosamente pelo amanhecer do novo dia, para olhar, de repente, os meus sapatinhos.

 

Ah, me lembro bem, me lembro bem, no dia que ali encontrei o meu cavalinho de pau.

Ah, meu Deus!

Quantas corridas, quantos galopes não dei e não imaginei naquele cavalinho de pau!

Que alegria! Que bom relembrar!

 

Então hoje, quando acordei, olhei para os meus sapatos surrados

E imaginei esse mesmo cavalinho e, como sorrateiramente, meu pai conseguiu entrar e colocá-lo ali. Eu que estava no meu sono alerta, mas acordado ativamente esperando, esperando, esperando pelo Papai Noel chegar!

 

Oh! Meu Deus que bom, que bom, acreditar em Papai Noel, mesmo com meus 66 anos.

Obrigado meu Deus, obrigado Papai Noel, obrigado papai, obrigado mamãe”.

 

Coloquei de volta o cavalinho na prateleira, sorri e continuei a vagar pelas vitrines.

Então percebi que o tempo é outro, mas a lembrança de amor de um pai é a mesma.

 

Você também tinha um cavalinho de pau?

Então, vamos correr pela vida!

Feliz Natal.

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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