MEUS TREINADORES DE FUTEBOL –
Durante a minha curta permanência no futebol potiguar, conheci e recebi orientações de vários treinadores.
Em fins da década de 1950, fui visto em peladas de ruas nos bairros do Tirol e Petrópolis, pelo olheiro/treinador, funcionário dos Correios e Telégrafos, conhecido por Zé Negrinho, abecedista “doente” e caçador incansável de bons jogadores mirins, para levar para o seu time infantil, o imbatível Abecezinho.
Fui por ele alçado, e passei a fazer parte do embrião do juvenil do time mais querido da cidade. Daí, posso afirmar que, Zé Negrinho foi o meu primeiro treinador.
Na sequência, fui convidado e levado (confesso que não lembro por quem) para fazer parte da equipe do Riachuelo Atlético Clube ( RAC), ligada à Marinha de Guerra do Brasil, na categoria juvenil, já recebendo ligeiras orientações do competente treinador da equipe titular, o gaúcho, sargento Valdomiro.
Não demorou muito, fui convidado pelo treinador Pedrinho 40 para atuar na equipe principal do Alecrim FC, onde fui vitorioso com o bicampeonato da cidade de 1963 e 1964.
Ainda no Alecrim, estive sob o comando técnico de “Seu Geraldo” (Geleia), um misto de treinador e alfaiate, e José Djalma, de codinome Tenente; como treinador de futebol, sua patente chegaria a um terceiro sargento.
No ano de 1965, ainda no Alecrim FC, passei a ser orientado pelo ex-atleta do ABC e América, Tarcísio Carvalho, quando perdemos o tricampeonato para o ABC FC. Um bom treinador, porém, acomodado e sem entusiasmo.
Atuando na Seleção de Futebol do Rio Grande do Norte, no ano de 1962, recebi instruções técnicas de Eugênio Barros, que treinava a organizada equipe do Globo FC. Tinha um coração maior do que o corpo, não compatível com a dura função de treinador.
Em 1967, encerrei a minha temporada como jogador profissional, conquistando o título do certame estadual pela equipe do América FC. A direção técnica ficou dividida com o ex-jogador Osiel Lago e, nos jogos finais, pelo pernambucano Edésio Leitão, grande detentor de títulos no Nordeste.
Edésio, assumiu e sem nada mudar, levantou no mole mole, mais um título para sua coleção.
E assim, desfilei e detalhei na esteira do tempo, os treinadores, com os quais tive o prazer de trabalhar.
Confesso, de alma lavada, com os pés na bola, que Pedrinho 40 foi o maior e o mais qualificado de todos os treinadores do Estado. Dizem que nunca deu um chute numa bola de meia.
Coisas do futebol!
Berilo de Castro – Médico e Escritor