O governo do México vai voltar a exigir vistos para brasileiros que desejarem entrar no país, informou um documento publicado nessa quarta-feira (14) pelo governo mexicano. Ainda não se sabe quando a medida entrará em vigor.
Essa exigência apareceria como forma de desestimular a ida de brasileiros ao México que tentem migrar para os Estados Unidos por terra — a fronteira entre os dois países norte-americanos vive uma crise migratória com alto fluxo de pessoas, incluindo cidadãos do Brasil.
De acordo com números das autoridades americanas, foram mais de 46 mil brasileiros detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2020 a setembro de 2021. Isso é bem mais do que o dobro do registrado em 2019, quando eram 18 mil. Entre os detidos pelos agentes de fronteira, os brasileiros são os sextos mais numerosos.
No documento, o governo mexicano sinaliza que a exigência será temporária. “Os fluxos migratórios de brasileiros poderiam continuar utilizando indevidamente a supressão do requisito de vistos em passaportes ordinários para entrar no México com um fim diferente do permitido, por exemplo, realizar atividades remuneradas ou transitar de maneira irregular a um terceiro país, diz o texto.
Recentemente, chamou atenção o caso da brasileira Lenilda dos Santos, morta aos 49 anos enquanto tentava fazer a travessia entre o México e os EUA a pé. Com sede e fome, ela morreu sozinha no deserto americano, abandonada pelo coiote — nome dado a quem facilita a travessia — e pelos outros que faziam a viagem.
O senador do Partido Republicano dos Estados Unidos Lindsey Graham afirmou, durante entrevista a uma rede de TV, que 40 mil brasileiros cruzaram a fronteira entre os EUA e o México “usando roupas de marcas e bolsas da Gucci”.
Ele, que faz parte do partido de oposição ao presidente Joe Biden, fez a afirmação à rede Fox News nesta quarta-feira (13), mas não apresentou evidências do que afirmou.
“As escolhas políticas de Biden estão pelo mundo. Nós tivemos 40 mil brasileiros só no posto de fronteira de Yuma, indo para [o estado de] Connecticut usando roupas de marcas e bolsas da Gucci. Isso não é mais imigração econômica. As pessoas veem que os Estados Unidos estão abertos e tiram vantagem de nós, e não vai demorar muito para que um terrorista se misture a essa multidão.”
Fonte: G1
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