Penitenciária Federal de Mossoró — Foto: Senappen/Divulgação
Penitenciária Federal de Mossoró — Foto: Senappen/Divulgação

A Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça, abriu nesta quarta-feira (24) uma licitação para reforçar a segurança externa da Penitenciária Federal de Mossoró. A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU).

Em fevereiro, a unidade registrou a primeira fuga da história do sistema prisional federal do Brasil, criado em 2006. Os dois fugitivos, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, foram recapturados 50 dias depois da fuga por policiais rodoviários federais no Pará, e retonaram para a cadeia em Mossoró.

A licitação aberta nesta quarta é para a contratação de uma empresa especializada em engenharia que execute obras de reforço na segurança externa do presídio.

Entre as obras previstas, segundo o documento, estão a construção e reforma de muros, passarelas, torres de vigilância, casa de força e posto de controle.

A abertura do edital e entrega das propostas acontece nesta quarta, enquanto a abertura das porpostas será no dia 12 de agosto.

A empresa vencedora da licitação terá que fornecer materiais, mão-de-obra qualificada e equipamentos para as obras. Ao todo, há 14 itens de serviços listados no edital.

Há cerca de duas semanas, o Ministério da Justiça confirmou também a nomeação de Roderick Ordakowski como novo diretor efetivo da Penitenciária Federal de Mossoró.

Fuga

Rogério e Deibson fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Os dois presos, originalmente do Acre, estavam na unidade desde setembro de 2023 e são do Comando Vermelho.

A fuga dos detentos foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, que inclui ainda as penitenciárias de Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

Para deixar a cadeia, os detentos abriram uma passagem atrás de uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame. Segundo as investigações, eles usaram ferramentas de uma obra que estava sendo feita na penitenciária.

Após a fuga, autoridades locais e federais criaram uma força-tarefa para capturar os fugitivos. O grupo incluiu agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado.

Logo nos primeiros dias de fuga, Rogério e Deibson invadiram casas e fizeram uma família refém. Além disso, a PF informou que uma facção criminosa teria ajudado os fugitivos a pagar R$ 5 mil ao dono de uma fazenda que auxiliou na fuga.

A dupla conseguiu deixar o Rio Grande do Norte e, no dia 18 de março, usou um barco pesqueiro para viajar de Icapuí (CE), a 202 km de Fortaleza, com direção à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará.

A viagem pela costa brasileira durou seis dias, e os fugitivos chegaram a Belém no dia 24 de março. No dia 4 de abril, eles foram recapturados por políciais rodoviários federais em Marabá (PA).

Fonte: G1RN

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