O polêmico ‘Jogo da Baleia Azul’ – que tenta virtualmente induzir seus participantes ao suicídio ao final de 50 desafios – também preocupa famílias e instituições no Rio Grande do Norte. Nesta quinta (20), a Promotoria de Defesa da Infância e Juventude da comarca de Macau, distante 170 quilômetros de Natal, deu início a um trabalho de proteção e orientação aos pais e responsáveis por crianças e adolescentes da cidade. Lá, pelo menos duas adolescentes, uma de 13 e outra de 14 anos, já estariam envolvidas. O Conselho Tutelar, que colabora com o trabalho de prevenção, foi chamado pelas escolas onde as meninas estudam.
Segundo o Ministério Público do Estado, a partir de uma denúncia anônima, se tomou conhecimento de possíveis vítimas do jogo em Macau. “E, como forma de investigar os fatos, a 1ª Promotoria de Justiça, através da representante ministerial, promotora de Justiça Isabel de Siqueira Menezes, buscou o Conselho Tutelar a fim de adotar as primeiras providências junto às famílias”.
Uma promotora de Justiça de Macau, acompanhada de uma assistente social do MP e do presidente do Conselho Tutelar da cidade foram às rádios locais prestar informações sobre o jogo. O objetivo foi esclarecer a população sobre os perigos do uso indiscriminado da internet por crianças e adolescentes, bem como os meios de proteção e ajuda às eventuais vítimas.
Confira AQUI o comunicado elaborado pela Promotoria de Justiça de Macau. O documento será publicado nas escolas, bem como em toda rede de atendimento municipal.
No Rio Grande do Norte, o Centro de Valorização da Vida oferece apoio emocional e preventivo ao suicídio. Os atendimentos são feitos pelo telefone (84) 3221-4111, de forma gratuita. De acordo com Ciro Sampaio, coordenador do CVV em Natal, o serviço recebe cerca de 2 mil ligações por mês. Contudo, nas duas últimas semanas, o número de ligações aumentou em mais de 30% – todas relacionadas ao jogo da Baleia Azul.
As recomendações para as famílias são: monitorar o uso da internet, frequentar as redes sociais dos filhos, observar comportamentos estranhos e, sobretudo, conversar e conscientizar os adolescentes a respeito das consequências de práticas que nada têm de brincadeira. Atenção redobrada com os jovens que apresentem tendência a depressão, pois eles costumam ser especialmente atraídos por jogos como o da Baleia Azul.
Também as escolas devem colocar o assunto em pauta e incorporar no currículo, cada vez mais, a educação para a valorização da vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mídias e tecnologias.