A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta segunda-feira (2), em Natal, mais um contrato com a Caixa Econômica Federal para construção do Hospital Metropolitano do Rio Grande do Norte, que vai ficar no município de Parnamirim, na Grande Natal.
A obra está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento. O anúncio aconteceu no mesmo dia em que o hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, a maior unidade pública de saúde do RN e referência em politraumas,apresentou mais um cenário de superlotação.
A construção do novo hospital é tida pelo governo do RN como fundamental para desafogar a demanda do Walfredo Gurgel, localizado em Natal.
“Vai ser um hospital que vai trazer serviços de qualidade, que hoje são uma grande demanda do Estado, tanto na área de ortopedia, neurocirurgia, hemodinâmica. Então, é de fato uma obra de muito impacto, muito esperada no estado, que tem um hospital com limitações, que é o Walfredo Gurgel, importante hospital”, explicou a ministra Nísia Trindade.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), o novo hospital terá 350 leitos, entre clínicos, UTIs adultos e pediátricos e de estabilização no pronto-socorro. O investimento inicial é de R$ 184 milhões.
“Agora, com esse hospital, damos um passo a frente. E essa política é coerente com todo o PAC e com a ideia de reduzir o tempo de espera, ter hospitais de referência em todos os estados”, explicou a ministra.
A previsão é que o edital de licitação seja lançado até o fim deste ano, e que a obra seja concluída até o fim de 2026, segundo a ministra.
Além da construção do hospital, há outras obras previstas no PAC Seleções, como a construção de uma maternidade e uma policlínica para o estado, além de 42 UBSs, 10 unidades odontológicas, três Centros de Atenção Psicossocial e também a compra de seis ambulâncias do Samu para os municípios.
O investimento total na área de saúde anunciado nesta segunda é de R$ 248 milhões, incluindo o valor do hospital.
Walfredo Gurgel inicia semana superlotado
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, começou mais uma semana com um cenário de superlotação. Na manhã desta segunda havia 70 pacientes internados apenas no pronto-socorro, sendo 34 deles – quase metade – nos corredores.
De acordo com a Sesap, a lotação nesta segunda foi consequência do número de acidentes e traumas registrados no fim de semana no estado. A pasta informou que a demanda têm crescido. Na semana passada, quatro salas de cirurgia precisaram receber pacientes internados devido à lotação da unidade.
A secretária de Saúde do RN, Lyanne Ramalho, disse os centros cirúrgicos do Walfredo Gurgel foram liberados nesta semana, mas que o hospital tem passado por uma sobrecarga. Como medida emergencial, Lyanne disse que a pasta vai colocar uma equipe no hospital para conseguir melhorar a distribuição de pacientes para outras unidades do estado.
“Toda essa região metropolitana está sendo estudada para que a gente possa ter em quatro hospitais uma qualificação da rede de urgência e emergência. Tanto do Hospital Walfredo Gurgel, como no João Machado, no Deoclécio Marques, e assim a gente consiga passar por uma situação de maior conforto para o paciente”, explicou.
“Mas a ideia é que nos próximos dias, próximos meses a gente não precise ocupar mais o centro cirúrgico, porque estaremos fazendo essa gestão clínica de leitos”, disse.
Além do pronto-socorro, o setor de politraumas e a enfermaria também apresentavam superlotação, com presença de pacientes intubados (o que deveria ocorrer apenas na UTI) e também nos corredores.
“No pronto-socorro hoje nós temos seis pacientes intubados em ventilação mecânica esperando leitos de UTI. Estão cheias”, explicou a coordenadora do Sindicato dos Profissionais de Saúde do RN, Rosália Fernandes.
“Isso demonstra uma necessidade de restrututação, de regionalização dos hospitais do interior. Claro que é preciso ter um outro hospital de trauma, mas se não resolver o interior, vai continuar as ‘ambulanciaterapia'”, completou.
O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel é a referência em politraumas na rede pública do RN, recebendo paciente de Natal, Região Região Metropolitana e também de cidades do interior.