O ministro Marcos Pontes (Ciência, Comunicações e Tecnologia) disse nessa sexta-feira (9) que considera “normal” o alerta de desmatamento na Amazônia ter apontado para um aumento dos registros no meio no ano.
As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado à pasta comandada pelo ministro.
Os alertas são feitos pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), usado para verificar o desmatamento em áreas maiores do que 3 hectares (30 mil metros quadrados). O sistema serve de apoio a ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e não deve ser entendido como taxa mensal de desmatamento. As taxas anuais de desmatamento são consolidadas Prodes, outra ferramenta do Inpe.
O aumento, no entanto, não é em relação ao início do ano, mas, sim, na comparação com o mesmo período do ano anterior -julho de 2018.
Pontes esteve na manhã dessa sexta-feira (9) em Natal, onde participou do lançamento da primeira etapa do projeto Ciência Conectada, que promete multiplicar a velocidade de transmissão de dados entre universidades de capitais do Nordeste por meio de uma rede de fibra ótica com capacidade para até 100 gigabites por segundo. O evento aconteceu no Instituto Metrópole Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Nesta semana, após o Inpe divulgar os dados sobre o desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que as notícias sobre o assunto são sensacionalistas. Sobre esta declaração, já que o Inpe é um órgão ligado ao MCTIC, Pontes disse que vê a questão “de uma maneira muito pragmática, muito simples”. E complementou: “Você tem que tratar dados da maneira que os dados são”.
Também, recentemente, Marcos Pontes contrariou declaração de Bolsonaro sobre possível privatização dos Correios. Sobre a questão, o ministro afirmou que houve uma falha de comunicação. “Isso foi um erro de comunicação. Eu já tinha conversado com ele (com o presidente) lá na audiência do Congresso, eu e o Floriano (Peixoto), que é o presidente dos Correios, então ele falou: olha, não tem nada escrito, não tem nada, e nós vamos continuar a fazer o trabalho que está previsto, que é o fortalecimento da empresa, e assim por diante, e foi essa mensagem que a gente transmitiu, e é isso oficialmente que a gente tem. O interessante é que, na mesma hora, em outro evento, o presidente disse: nós vamos privatizar os Correios. Mas, ele esqueceu de botar uma vírgula. Depois eu falei para ele, faltou uma vírgula lá, e ele deu uma risada”, disse Pontes.
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