MODA –
O poder da moda… Não falo apenas nos cortes de cabelo modelo Chitãozinho e Xororó dos anos 1980, nem das botas brancas da Xuxa no calor enlouquecedor de nossa cidade ou das saias balonês que deixava nosso corpo parecendo um abajur. Estou falando das novas nomenclaturas para praticamente tudo!
Rouge virou blush.
Cropped é a nossa antiga miniblusa.
Purpurina transformou-se no glitter.
Sorvete é gelatto!
Cabeleireiro é Hair stylist.
Boleiro (pessoa que faz bolo) é Cake designer…
Por quê? O que havia de errado com aqueles nomes? Eram feios? Sem classe? Preconceituosos? De baixo nível?
Não via nada errado neles.
Posso estar enganada!
Comecei a pensar nisso ao ouvir o áudio que minha tia Nauri me enviou:
- Barbele (meu apelido em família), fui comprar maquiagem e pedi um rouge. A vendedora me corrigiu que agora é blush.
Soltou uma risada de quem aprendeu, mas não considerou importante…
Fiquei pensando sobre isso.
Surgiram tantas palavras novas, que não trazem nenhuma novidade, mas que se revestem de falsas descobertas. Falsas descobertas! Falsas invenções! O que será que isso reflete?
Ainda não consegui compreender o motivo disso tudo, mas continuo coscuvilheira (outro jeito para chamar a pessoa curiosa, caso a moda pegue).
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, autora de “O diário de uma gordinha” e escritora