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A agência de classificação de riscos Moody’s cortou o rating da Petrobras em três degraus, de “Ba3″ para “B3″, deixando a companhia mais próxima de uma avaliação que indique default. Para voltar a ter grau de investimento, o rating precisa ser elevado em seis degraus, enquanto apenas cinco níveis a separam da nota do calote. A Moody’s, porém, destaca que uma ação positiva no rating da estatal é “improvável” no curto prazo, cenário traduzido pela perspectiva negativa da nota. O rating de crédito individual da companhia, que desconsidera o suporte do controlador ­ a União ­ demonstra um cenário ainda pior. A nota caiu de “B3″ para “caa2″, apenas três degraus acima do calote.

Ao justificar o corte no rating, a Moody’s destacou a “erosão” na liquidez da estatal, combinada a fatores como fluxo de caixa livre negativo, elevado endividamento, riscos de desvalorização da moeda e desafios operacionais em um ambiente econômico difícil. A previsão é de que o fluxo de caixa livre permanecerá negativo no futuro previsível, ao mesmo tempo em que os negócios de exploração e produção seguirão sofrendo com o cenário de preços extremamente baixos de petróleo. O segmento de distribuição de combustíveis, antes beneficiado pelo prêmio em relação aos preços dos combustíveis no exterior, também sofre com redução da demanda e volatilidade cambial.

Considerando o elevado volume de dívida vencendo neste ano e a geração negativa de caixa, a Moody’s aponta que a Petrobras vai precisar de vendas “substanciais” de ativos até 2017 para atender suas necessidades, se não conseguir novos financiamentos. A agência também questiona o plano ambicioso de venda de US$ 14,4 bilhões em ativos neste ano. “A companhia tem ativos com valores atrativos, mas a execução do programa de vendas, como planejado, pode ser difícil levando em conta as condições atuais da indústria global de petróleo e a situação econômica e política do Brasil”, afirmou.

A expectativa da Moody’s é de que as condições de liquidez e financeiras da Petrobras vão sofrer nova deterioração nos próximos 12 a 18 meses, como consequência dos atrasos na venda dos ativos, preços baixos de petróleo e redução na demanda por derivados. O rating pode sofrer novos cortes no caso de nova deterioração no perfil financeiro. Ações positivas podem acontecer se a companhia levantar quantias consideráveis com a venda de ativos ou conseguir melhorar o perfil de dívida.

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