Recém empossado ministro da recriada Secretaria Geral, Moreira Franco negou ontem que a sua promoção ao primeiro escalão do governo tenha como objetivo protegê-lo de eventuais investigações, já que ele agora passa a ter foro privilegiado. Moreira foi citado em delações da Odebrecht. “Não há absolutamente nenhuma tentativa de resolver uma crise política, um problema político, porque não estamos vivendo uma crise política. Ao contrário, o governo acaba de dar uma demonstração de pujança, força e autoridade, e condições de continuar seu programa de reformas”, disse Moreira, referindo-se ao fato de Temer ter conseguido eleger aliados, tanto para a presidência da Câmara, quanto do Senado.
Moreira negou que seu caso seja semelhante ao do ex-presidente Lula, que também era alvo de acusações e chegou a ser nomeado ministro da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff. Ele afirmou ainda que pediu para que não houvesse status de ministro para as funções que desempenhou até agora, como secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). “Há uma diferença muito grande das tentativas que foram feitas no passado (nomeação de Lula para a Casa Civil). Estou no governo, não estava fora do governo”, disse. Segundo ele, sua elevação ao posto de ministro aconteceu porque ele e Temer entenderam que era preciso “robustecer” a Presidência, recriando a Secretaria Geral, ironicamente idealizada por Lula.