Maureen O’Hara tinha apenas 21 anos quando fez seu primeiro filme com John Ford: Como Era Verde Meu Vale, baseado no romance de Richard Llewellyn, ganhou os principais Oscars de 1941 – e, como obra restaurada, pode ser visto na Mostra Internacional de Cinema, que ocorre em São Paulo, integrando a retrospectiva da Film Foundation de Martin Scorsese.

A beleza das imagens entrou para a história como um dos trabalhos mais refinados do grande fotógrafo Arthur Miller (homônimo do dramaturgo), mas não faz justiça ao detalhe mais marcante da figura física de Maureen, a cabeleira ruiva.

Ela própria reconhecia que o fato de ser ruiva a ajudou, e muito. “Sempre fui uma garota irlandesa difícil”, declarou ao Daily Telegraph, em 2004. “Mostrei que era uma atriz puro-sangue. Não apenas pelo meu rosto, que também me deu frutos mas pela cabeleira ruiva, que me dava um aspecto selvagem.”

John Ford percebeu isso e, em 1950, ela formou dupla com John Wayne em Rio Grande, que, no Brasil, se chamou Rio Bravo. Os dois faziam casal separado que brigava por causa do filho, quando o garoto ia servir no forte comandado pelo pai.

O problema é que mestre Ford insistia em filmar Maureen O’Hara em preto e branco. Em 1952, finalmente, ele percebeu que essa mulher, com sua exuberância, exigia todo o colorido do mundo. E fez Depois do Vendaval/The Quiet Man, que foi premiado em Veneza e ganhou os Oscars de direção (o quarto do cineasta) e fotografia (Winton C. Hoch e Archie Stout).

A atriz morreu em casa, em Boise, Idaho, de causas naturais, no sábado. Tinha 95 anos.

Fonte: Estadão Conteúdo

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