O Ministério Público Federal (MPF) denunciou três italianos e seis brasileiros por organização criminosa internacional e lavagem de dinheiro para a máfia italiana.
Segundo o MPF, as células da organização criminosa internacional instaladas no Brasil se dedicavam a diversas modalidades de lavagem de ativos. O grupo utilizava empresas de fachada e “laranjas” para dissimular o lucro proveniente de crimes como o tráfico de drogas, extorsão e homicídio.
Entre os investimentos das empresas fictícias no Brasil, foram identificados um restaurante de luxo em Natal, um grande loteamento residencial no município de Extremoz, na Grande Natal, além de apartamentos em Cabedelo e uma casa de luxo em um resort em Bananeiras, ambos na Paraíba, parcialmente financiados com lucros de tráfico de drogas e de extorsão praticados em Palermo.
Denúncia
A denúncia é resultado da Operação Arancia, que investigou uma ramificação da Cosa Nostra, uma das maiores organizações mafiosas da Itália e que comprovadamente atua no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte e na Paraíba. O trabalho é conduzido por uma equipe conjunta de investigação, formada por autoridades brasileiras e italianas.
O MPF destaca que o grupo montou “no Brasil uma estrutura complexa e extremamente organizada mediante dezenas de empresas de fachada, que movimentou milhões de reais através de pessoas sem lastro financeiro compatível (laranjas), as quais estavam sob o comando dos três líderes italianos mafiosos da Cosa Nostra no território brasileiro”.
Cooperação Internacional
Deflagrada em 13 de agosto deste ano, a Operação Arancia resultou na execução do mandado de prisão preventiva de um dos chefes da máfia e cinco mandados de busca e apreensão, em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas em várias regiões da Itália e na Suíça. Mais de cem agentes financeiros italianos foram mobilizados.
Fonte: G1RN