Além do uso do fumacê, que entra em campo para matar o mosquito, os agentes utilizam uma espécie de vaso de planta para pegar os ovos fêmeas do Aedes aegypti

As autoridades em saúde pública são unânimes quanto à responsabilidade sobre prevenção da dengue: população tem que abraçar a causa junto com o poder público. Essa premissa não reduz a importância dos governos em adotar medidas padrão contra o mosquito, mas também inovar. Estratégias combinadas no monitoramento do comportamento do mosquito e o próprio extermínio dele podem fazer a diferença, principalmente depois de instalada a epidemia, como é o caso de Natal.

 Na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem como principal medida inovadora realizar o “monitoramento entomológico”. Isso significa vigiar hábitos do mosquito, ou pelo menos um deles: a reprodução. Os  agentes de endemias utilizam uma espécie de vaso de planta com capacidade para 500 ml de água para pegar os ovos fêmeas do Aedes aegypti.

Apesar de ter a capacidade de meio litro, os pequenos vasos plásticos são preenchidos de água até a metade. Dentro deles é colocada uma paleta porosa. Como o instrumento estará úmido por conta da água, a “mamãe” mosquito deverá depositar seus ovos, pois o ambiente serve de forma ideal de “berçário”  da espécie.

Segundo o chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Natal, Alessandre de Medeiros, semanalmente os agentes realizam a coleta das paletas cheias de ovos e levam para análise em laboratório para contagem. Por vez, cada fêmea pode pôr 250 ovos. No entanto, a partir da análise laboratorial, já se verificou em uma só paleta 1.800 ovos. É o mesmo que uma maternidade de mosquitos superlotadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *