NATAL: A CIDADE E O FOLCLORE –
Estabeleceu-se o dia 22/08 como Dia do Folclore Nacional.
A cidade de Natal, em talhe abrangente, é imbricada com o Folclore brasileiro e tornou-se manancial das manifestações artísticas, em grande parte, proveniente da lida monumental de Cascudo.
Folclore é reflexo de todas as histórias que reescrevem o cotidiano de um povo; o multiculturalismo latente; suas danças, no enfoque artístico; o travo e as tristezas; os desafios apreendidos; os conceitos arraigados, que resultam nos signos identificadores, marcas de uma linguagem definidoras da nacionalidade.
Na década de 1950, foram admiráveis os festivais de folclore, havidos no tempo do governador Djalma Maranhão. Aqui eram expostos os valiosos trabalhos de cultura dos Estados, e as mesas de estudos eram concorridíssimas, com a presença de literatos e estudiosos do tema, sempre sobressaindo a figura de Camara Cascudo.
Em Natal avivou-se a apresentação de lúdicos espetáculos e festas juninas, o enredo cindido na arte brasileira; os grupos folclóricos e os autos de Natal. As administrações locais apoiavam essas realizações de cunho artístico popular. A recordar os grupos que eram atração pela cidade, como o camaleão de Igapó, Pastoril Asa Branca, o Araruna, entre outros. Memoráveis as apresentações do Congo de Calçola, Congos de Saiote, do Congo de Rêgo Moleiro, além da tradicional agremiação do Chegança do bairro das Rocas.
Há pouco veio a lume uma obra apreciável sobre Câmara Cascudo no Instituto que leva o nome do mestre: Ora (direis) ouvir Cascudo, de Claudio Galvão, no contexto musical da linha folclorista brasileira do genial natalense.
Não há dúvida que, nesse aspecto do populário no conjunto de lendas e costumes, há que se preservar as riquíssimas manifestações artísticas. Sim, Natal respira a folclore!
Luiz Serra – Professor e escritor
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