Natal comemora 425 anos de história nesta quarta-feira (25). O nome da cidade foi escolhido justamente pelo fato de ter sido fundada no dia 25 de dezembro de 1599, dia do feriado religioso de Natal, que comemora o nascimento de Jesus.
Para comemorar o aniversário da cidade, a programação do Natal em Natal nesta quarta prevê a tradicional encenação do auto “Um Presente de Natal”, além de shows de Iguinho e Lulinha, Padre Nunes e Walkiria Santos. O evento acontece na Arena das Dunas e é gratuito, com início marcado para 18h.
A encenação do auto “Um Presente de Natal” este ano traz uma narrativa reflexiva sobre o nascimento de Jesus Cristo e o impacto da tecnologia nas relações sociais.
Fundação da cidade
Natal surgiu a partir da intenção espanhola de expulsar os franceses do litoral brasileiro no período da União das Coroas Ibéricas (1580 -1640). O rei da Espanha, Felipe II, determinou a construção de uma fortaleza para proteger a Barra do Rio Grande – como era chamado o território naquela época – e a fundação de uma cidade a uma légua da fortificação.
Também conta a história que a Espanha queria a todo custo expulsar os franceses, porque a França era uma nação inimiga do reino espanhol. E, nesta época, Portugal estava sob domínio da Espanha. Primeiro os franceses foram expulsos da Paraíba; depois, do Rio Grande.
Em 6 de janeiro de 1598 foi inaugurada a Fortaleza dos Santos Reis (hoje chamada Fortaleza dos Reis Magos), cujo nome faz referência ao Dia de Reis, quando se encerra o ciclo natalino.
Quase dois anos depois, a uma légua da edificação, nasceu a cidade, a qual teve os limites demarcados em 25 de dezembro de 1599.
Os historiadores contam que a missa de Natal, celebrada em 25 de dezembro, foi aproveitada para que a cidade fosse fundada. Não há, no entanto, provas documentais sobre a razão da escolha da data.
Os registros históricos também não dão conta de quem fundou a capital. Três nomes dividem a opinião dos estudiosos: Mascarenhas Homem, Jerônimo de Albuquerque e João Rodrigues Colaço.
Natal se resumia, naquele início, a poucos quilômetros de extensão: começava nos arredores da atual Praça das Mães – na subida da Ribeira para a Cidade Alta – e terminava na Praça da Santa Cruz da Bica, também na Cidade Alta, nas proximidades do Viaduto do Baldo.
Foram colocadas duas cruzes marcando o início e o fim da cidade. As cruzes iniciais foram perdidas. Mas ainda se conserva uma cruz simbólica na Praça da Santa Cruz da Bica.
Nova Amsterdã
Outro momento importante da história da capital potiguar foi o da invasão holandesa, ocorrida em 1633. Naquele tempo, a cidade mudou de nome, sendo chamada provisoriamente de Nova Amsterdã, em alusão à capital holandesa.
Um relatório desta época registra que havia cerca de 30 casas em Natal, a maioria delas cobertas com palhas. Motivo que levou um bispo português a escrever a seguinte constatação: “Natal não existe tal”.
O escritor e viajante inglês Herry Koster também tinha esta opinião sobre a cidade. Em 1817, ele escreveu no livro ‘Viagem pelo Brasil’ a seguinte indagação: “Se chamam isso de cidade, o que serão as aldeias e vilas?”.
De acordo com Câmara Cascudo, no livro ‘História da Independência do Brasil no RN’, em 1822, ano da independência do Brasil, Natal tinha em torno de 700 habitantes.
A cara da cidade, no entato, muda com o algodão – o ‘ouro branco’ – na segunda metade do século XIX. O produt incrementa a economia local e promove o desenvolvimento de Natal, principalmente do bairro da Ribeira, região às margens do Rio Potengi, onde havia um pequeno porto.
Natal do século XX
No início do século XX, entre os anos de 1908 e 1913, o governo de Alberto Maranhão inaugura uma nova era na capital potiguar, cujos historiadores denominam de ‘Modernidade de Natal’. Alberto Maranhão faz um empréstimo com a França e começa a investir na infraestrutura da cidade.
Com isso, Natal passa a ter iluminação pública, com lampiões a gás, além de bondes puxados por animais. Isso é aliado ao término de importantes construções, como a do Teatro Alberto Maranhão.
A cidade passa a ter bairros a partir de 1912. Tirol e Petrópolis eram chamados de ‘Cidade Nova’. Além destes, tinha ainda o Alecrim e a Ribeira. Nesta época, foi elaborado um planejamento da cidade. As avenidas que atualmente homenageiam presidentes do Brasil, como a Afonso Pena, Rodrigues Alves e Campos Sales, foram planejadas durante neste período.
Segunda Guerra Mundial
Outro acontecimento que inaugura uma nova fase na capital potiguar é a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, ao lado dos Estados Unidos.
Natal, naquele momento, passou a ter uma base americana, o que atraiu investimentos e um povoamento de 10 mil soldados americanos, aumentando a população local.
A capital potiguar foi escolhida com base americana, segundo os historiadores, por conta da localização geográfica.
A entrada de Natal foi consolidada no dia 28 de janeiro de 1943, quando, às margens do Rio Potengi, o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, firmaram um acordo de colaboração que marcou a entrada brasileira na 2ª Guerra Mundial. O evento ficou conhecido como ‘Conferência do Potengi’.
O ponto de encontro dos presidentes hoje é preservado como Museu da Rampa, no bairro Santos Reis, Zona Leste da cidade.
Fonte: G1RN