Natal foi a terceira capital com maior taxa de desemprego no Brasil, na comparação percentual (17,3%), durante o segundo trimestre de 2017. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. Quem continua trabalhando, percebeu uma queda no rendimento médio, que caiu de R$ 2.705 para R$ 2.242.
Com 17,3% de desempregados, a capital potiguar ficou atrás apenas de São Luis e Manaus, com 19,8% de desocupação. A capital com menor taxa é Florianópolis. com 7,6%.
A situação é pior para as mulheres, cuja taxa de desocupação superou os 18,6%. “Praticamente uma está fora do mercado. É a maior taxa da história”, diz Aldemir Freire, economista e chefe da unidade do IBGE no Rio Grande do Norte. Entre os homens, a taxa é de 16%.
Há um total de 78 mil desocupados em Natal. De acordo com a pesquisa, essa é a taxa mais elevada desde o início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012. Ela significa um acréscimo de 9 mil pessoas entre os desocupados na capital potiguar, em relação ao primeiro trimestre e também representa um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Se a gente avaliar desde 2015, percebemos que a cidade perdeu 35 mil postos de trabalho. Também temos nesse cálculo dos desocupados cerca de 20 mil pessoas que antes não procuravam emprego, mas passaram a procurar, provavelmente pela perda de rendimento das famílias”, ressalta.
As taxas de desemprego na capital ficaram maiores que a média do estado e da própria região metropolitana, que foram de 15,6% e 15,8%, respectivamente.
Para Aldemir, a principal causa do desemprego continua sendo a crise que afeta a economia do país. “Ela continua forte em Natal”, pontua. Os setores de comércio e serviços registraram queda no primeiro semestre e o serviço público vem atrasando o pagamento de salários dos servidores, o que dificulta a retomada do consumo, explica ele.
“Os empregos que surgiram dentro do setor de serviços são no telemarketing. Mas essas empresas não estão em Natal e sim em municípios próximos a ela”, reforça.
O Rio Grande do Norte tinha 1,29 milhão de pessoas empregadas e 239 mil desocupadas no segundo trimestre. A taxa de desemprego caiu em relação ao início do ano. Entre janeiro e março, havia 250 mil desempregados e 1,28 milhão pessoas ocupadas.
Apesar de ter reduzido o desemprego, a massa de rendimento dos trabalhadores potiguares caiu de R$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre para R$ 1,975 bilhões – queda de 14,1%. Segundo o IBGE o valor é calculado com base na renda média multiplicada pela quantidade de empregados.
Fonte: G1RN