NATAL PERMANECE EM NATAL –
Hoje é dia de Natal. Ao olhar a cidade iluminada revejo na lembrança, quase em devaneio, os “Natais em Natal”. Tipos, pessoas, situações, imagens espontâneas, nascidas da relação direta com os anos aqui vividos.
Deixa-me inconformado ver Gramados (RS) como centro das festas natalinas. A nossa denominação de “cidade presépio” oferece a condição natural para a celebração de um “Natal permanente”, nos doze meses do ano.
Além disso, a fundação ocorreu no dia de Natal, em 25 de dezembro de 1597, quando Jerônimo de Albuquerque, o administrador da Capitania de Pernambuco, aportou na barra do rio Potengi, a famosa “esquina das Américas”.
No mundo, mais duas cidades têm essa denominação. A “Natal da Indonésia”, na província de Sumatra e a da África do Sul, descoberta pelo navegador português Vasco da Gama. Em ambas prevalece a religião muçulmana. A nossa é a única de origem cristã.
Na vida pública, sempre defendi a proposta do “Natal permanente em Natal”. Recentemente, repeti a sugestão ao prefeito Álvaro Dias.
A ideia tornaria única no país a comemoração do “Natal em Natal”, com a transformação da orla, entre a via Costeira e o Forte dos Reis Magos, em grande corredor turístico, de lazer e negócios.
No antigo hotel dos Reis Magos – hoje em ruínas – poderia ser projetado centro de lazer, incluído “presépio” e área para encenações permanentes (ou projeções) do nascimento de Cristo, com o objetivo de atrair o interesse turístico.
O ápice das comemorações seria no mês de dezembro. Consistiria em “espetáculo natalino de multimídia”, à margem da praia, no qual a imagem da manjedoura de Belém sobreposta ao Forte dos Reis Magos deslumbraria a população e visitantes.
O uso de interações visuais e simuladores, com a tecnologia 5D, permitiria a imersão dos espectadores em impressionante show sensorial e cibernético, montado à base de efeito cênico e sincronismo entre raios lazer, movimentos, jogo de luzes, cores e música.
No exercício de mandatos eletivos pelo RN cheguei a manter contatos com a empresa Philips e uma Fundação holandesa para participarem do projeto do “Natal permanente em Natal”,
Tudo em razão do interesse da Holanda na preservação de tradições comuns, através dos laços históricos com o nosso Estado, construídos durante a ocupação do século XVII. Natal à época chegou a ser chamada “Nova Amsterdam”. Não sensibilizei nenhum governante local, nem a iniciativa privada.
Sem ter as características e a vocação de Natal, a cidade alemã de Rothenberg o der Tauber, na Bavária, já preserva os símbolos natalinos, durante todo o ano. População de apenas 20 mil habitantes, atrai cerca de 2 milhões de turistas anualmente.
Lá funciona um centro de venda de produtos típicos. Loja desse tipo em Natal (RN) estimularia o artesanato e artistas em geral, com atração de grande fluxo de visitantes.
Por ter nascido e vivido em Natal preocupa-me o futuro da cidade neste período do ano. Até porque, o passado traz recordações saudáveis do “Natal em Natal”. A “missa do galo” transformava-se no ponto de encontro das festas natalinas, nos anos sessenta. Na Igreja de São Pedro, o padre Martinho, polonês, no sermão misturava o seu idioma nativo com o latim e o português. Ao final, entendia-se pouco o que ele falava.
Outras missas eram celebradas, na Catedral velha, Igreja de Lagoa Seca, capelas da Policlínica e Maternidade Januário Cicco. Todos se confraternizavam, até não católicos. Para esses locais convergiam romarias a pé. Era mínimo o uso de viaturas.
Escasseavam os ônibus, por ser tradição liberar os motoristas e cobradores.
Sonhar não é proibido! Como eram bons aqueles tempos! Andava-se nas ruas de madrugada, voltando da “missa do galo”, sem nenhum temor de violência. Nunca é demais renovar a crença de que o Deus-menino, um dia, faça voltar àquela paz e tranquilidade
Talvez, um dia, a cidade encontre a sua vocação e tenha um “Natal em Natal”, que atraia atenções globais, no formato de show de luzes e cores, como por exemplo, aqueles exibidos na cidade de Nova Jerusalém, em Pernambuco, no período da Semana Santa e Montreal (Canadá), em espetáculo deslumbrante, na Basílica de Notre-Dame..
Neste natal de 2019, como ocorre através dos séculos, repetem-se os cânticos religiosos, músicas típicas, troca de cumprimentos de boas festas entre familiares e amigos, para festejar, na alegria mútua e fraternidade, a “Noite mais longa do ano”.
Feliz Natal para você leitor, sua família e amigos!
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – nl@neylopes.com.br – blogdoneylopes.com.br
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