NATUREZA –

A tarde começando a cair e a algazarra dos pássaros anunciando a noite chegando. Da minha janela, uma criatura docemente barulhenta (periquito, maritaca, periquitinho, periquitinho-de-vassoura, periquitinho-santo, periquito-de-asa-azul, periquito-miúdo, periquito-real, periquito-rei, periquito-de-santo-antônio, periquito-de-são-joão, periquito-do-espírito-santo, periquito-santo, caturra, tuim, tuimaitaca, maitaca-de-cabeça-vermelha, bate-bunda, bate-cu, caturra, coió, coió-coió, cu-cosido, cuiuba, iú-iú, miúdo, quilim, tabacu, tapa-cu, tapacum, tiú, tuí, tuietê, tuitiri, tuitirica, tuí-tuí, tuiuti…).

Ele domina a cena na cumeeira do vizinho e tira a terreiro outro da espécie que está instalado na árvore em frente. Zoada grande!

Por incrível que pareça, estou no meu recanto nas Perdizes, em São Paulo – a décima maior cidade do mundo, a maior do continente americano, dos países que falam português e do hemisfério sul –, onde me vejo numa transversal do tempo com Acari, a cidadezinha do interior do Nordeste onde nasci.

Devo estar comprovando o gracioso dito popular eu deixei o mato, mas o mato não me deixou. Claro, sentindo grande felicidade. E certo de que somos quem somos em qualquer pedaço do mundo, ainda tenho a sorte de viver numa rua cheia de árvores, onde é possível receber este tipo de visita todo fim de tarde. Meu único trabalho é ficar a postos na janela.

 

 

Heraldo Palmeira – Produtor Cultural

As opiniões emitidas são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *