A Netflix lançou, nesta quinta-feira (8), os três primeiros episódios da série documental “Harry & Meghan”.
A produção, dívida em seis episódios, mostra como o príncipe Harry e a atriz Meghan Markle se conheceram e quais os problemas que dizem ter enfrentado enquanto parte da família real britânica.
“Este é um relato em primeira mão da história de Harry e Meghan com imagens inéditas do seu arquivo pessoal”, diz a legenda nos primeiros segundos do episódio inicial. “Todas as entrevistas foram concluídas em agosto de 2022. Os membros da família real recusaram-se a comentar sobre o conteúdo desta série“, completa.
A série começa com um relato de Harry em março de 2020, após o último compromisso oficial do casal ainda como parte da família real. “É muito difícil olhar para trás agora e dizer: ‘o que foi que aconteceu?’. ‘Como acabamos aqui?'”, diz enquanto imagens da participação do casal nos eventos oficiais e cenas do dia a dia deles são exibidas.
“Eu só quero mesmo ultrapassar tudo isso”, diz Meghan também no início do episódio, sentada em um canto da casa sozinha. “Eu não sei mais o que dizer.”
“Por que você quis fazer este documentário?”, questiona a documentarista. “Não vou dizer que é confortável, mas quando se sente que as pessoas não tem noção de quem você é por tanto tempo, é muito bom poder ter a oportunidade de deixar as pessoas verem um pouco mais do que aconteceu e também de quem somos”, responde Meghan.
Segundo Harry, um amigo sugeriu que eles começassem a documentar a vida do casal e dos filhos por um período. “Com toda a desinformação que havia por aí, especialmente sobre nós e a nossa partida, parecia uma ideia realmente sensata.”
Os episódios não apresentaram revelações sobre a realeza. Em vez disso, esta parte do documentário ficou concentrada no tratamento do casal pela imprensa.
“Verdade seja dita, não importa o quanto eu tentei, não importa quão boa eu fosse, não importa o que eu fizesse, eles ainda iriam encontrar uma maneira de me destruir”, diz Meghan em um dos trechos.
Harry também faz comparações com o tratamento a Meghan e a intensa intrusão da mídia que sua mãe, a princesa Diana, havia sofrido. Diana morreu em um acidente de carro em Paris, em 1997, quando sua limusine fugia da perseguição de fotógrafos paparazzi.
Harry disse que ficou aterrorizado com o fato de sua esposa ter sido atacada pela mídia e referiu-se à “dor e sofrimento das mulheres que se casam nesta instituição”.
Desde que deixaram seus papéis reais, Harry e Meghan atacaram a imprensa. Eles cortaram os laços com os quatro maiores tabloides do Reino Unido e processaram com sucesso uma série de publicações, com outras ações legais pendentes.
“Trata-se de dever e serviço e sinto como se, fazendo parte desta família, fosse meu dever revelar esta exploração e suborno que acontece dentro de nossa mídia”, disse Harry.
O príncipe fez uma revelação sobre como seus familiares tratavam Meghan, o que ele disse ter claros tons racistas.
“O que as pessoas precisam entender é que, no que diz respeito a algumas pessoas da família, tudo o que ela estava passando, elas também tinham passado, então era quase como um rito de passagem”, disse ele sobre as imagens de sua mãe, da ex-mulher de seu tio príncipe Andrew, Sarah Ferguson, e de Kate, esposa de seu irmão William, sendo cercadas por fotógrafos.
“Alguns membros da família eram como minha esposa, tiveram que passar por isso, então ‘por que sua namorada deveria ser tratada de maneira diferente?’, ‘por que você deveria receber tratamento especial?’, ‘por que ela deveria ser protegida?’. Eu disse que a diferença aqui é o elemento raça”.
Nem o Palácio de Buckingham nem o escritório de William, o Palácio de Kensington, comentaram antes da estreia, que ocorre uma semana depois de uma disputa racista envolvendo a madrinha de William, que a levou a renunciar ao seu papel honorário como ajudante real.
Fonte: G1