Lixo demarca recuo do Guaíba recua em Porto Alegre — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV
Lixo demarca recuo do Guaíba recua em Porto Alegre — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou 8 centímetros em 24 horas, conforme medição feita às 6h15 desta quinta-feira (9) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá.

A medição feita no mesmo horário na quarta-feira (8) indicava 5,12 metros. Nesta quinta, 5,04 metrosuma diferença de 8 centímetros.

Mesmo com a redução, o Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). Apesar disso, a água que avançava sobre as ruas da capital aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, segundo moradores que tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.

O mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que subiu para 107 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. A atualização desta quinta-feira (9) aponta que há um óbito sendo investigado.

estado registra 136 desaparecidos e 374 feridosHá 232,1 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 67.542 em abrigos e 164.583 desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

RS tem 425 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1,476 milhão de pessoas afetadas. Veja abaixo os impactos nos serviços, educação e transportes.

A área central de Porto Alegre mais próxima do Guaíba ficou completamente alagada após o lago transbordar. O aeroporto e a rodoviária não estão operando por estarem tomados por água.

No bairro Menino Deus, um dos locais que a prefeitura pediu para que fosse esvaziado pelos moradores, foram registrados novos alagamentos, em trechos das ruas Itororó José de AlencarUma das vias chegou a ser usada, em dias anteriores, como ponto de base para caminhões do Exército Brasileiro e ambulâncias que resgataram pacientes do Hospital Mãe de Deus.

“A água avança em algumas vias em função do desligamento de algumas casas de bombas que ainda estavam em operação. Assim, alguns locais que estavam protegidos por elas acabam sendo inundados também”, explica o professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS.

O maior nível já registrado pelo Guaíba foi de 5,33 m na manhã de domingo (5). Antes das cotas atingidas em 2024, o recorde era de 1941 (4,76 m).

De acordo com uma projeção do IPH o Guaíba deve levar ao menos 30 dias para voltar ao nível abaixo dos 3 metros. Na enchente história de 1941, foram 32 dias.

Entenda, em dois pontos, por que as águas não baixam:

  • Bacias formam “funil”: água em grande quantidade que escoa das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias “jogam” suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.
  • Ventos: ventos que sopram no sentido sul do litoral para o continente empurram a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.

 

 

 

Fonte: G1

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