No AC, 26 presos fogem de maior presídio do estado durante a madrugada
Vinte e seis presos fugiram do Complexo Penitenciário Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, na madrugada dessa segunda-feira (20). De acordo com a Segurança, os detentos fugiram do pavilhão L, onde cumprem pena em regime fechado. A fuga ocorre após um fim de semana violento com sete execuções.
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) disse que os detentos fizeram um buraco na parede da cela e, com lençóis, fizeram cordas escapando pela muralha. Adalcimar Oliveira de Almeida foi recapturado ainda nesta manhã. 25 seguem foragidos. Os presos são da facção criminosa denominada Bonde dos 13, aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em vários estados brasileiros.
“Todas as forças de segurança do estado foram acionadas e várias medidas operacionais estão sendo realizadas para captura dos foragidos”, diz a nota assinada pelo Secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre em exercício, Ricardo dos Santos e o presidente do Iapen, Lucas Gomes.
A fuga ocorre depois de um fim de semana violento em Rio Branco. Sete homicídios foram registrados em Rio Branco na noite desse sábado (18). Seis deles em um bar na zona rural da cidade, no km 100 na estrada Transacreana, onde houve um chacina.
Uma outra tentativa de homicídio também foi registrada no km 58 da Transacreana no mesmo. A vítima foi levada ao Pronto Socorro. O sétimo crime ocorreu no ramal Bom Jesus, no bairro Vila Acre, também na região do Segundo Distrito.
As medidas tomadas após a fuga foram:
O reforço das barreiras policiais na capital e municípios com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e 4° BIS – Exército Brasileiro, nas barreiras em rodovias federais;
Acionamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Rondônia e do Amazonas para implantação de barreiras e fiscalização nas áreas de fronteira e rodovias federais;
Acionamento da Polícia Federal para apoio com equipes de inteligência para avaliação das circunstâncias de fuga, bem como o apoio de fiscalizações em aeroportos;
Acionamento do Centro Integrado Regional de Inteligência para apoio quanto à produção de conhecimento sobre o ocorrido;
Determinação para realização de revistas em todos os presídios do estado, com vistas a evitar novas fugas;
Acionamento dos corregedores da Polícia Militar e Polícia Penal para instaurar apuração imediata de eventuais responsabilidades pela fuga no aspecto administrativo, visto que a Polícia Civil irá atuar no aspecto penal;
E solicitação de apoio do Ministério Público e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para acompanhar as ações de investigação durante as ações que vão apurar eventuais responsabilidades pela fuga dos detentos.
Mortes violentas
Esquartejamentos, execuções e chacina. A onda de violência voltou a assustar no início de 2020 no Acre. Em 18 dias de janeiro, 29 pessoas morreram de forma violenta no estado. A motivação, na maioria dos homicídios: guerra de facções por domínio de território.