NO MUNDO VIRTUAL, A REALIDADE USURPADA –
Como aposentado, no luxo do tempo mais abrangente para refletir, percebo claramente que o mundo se move hoje quase que exclusivamente pelas ondas da Internet, mídias sociais e aplicativos.
Off isso não tem sobrevivência e algumas provas pontuais são percebidas quando ocorrem problemas no Facebook, Instagram, Internet, WhatsApp etc.
Ao mesmo tempo que tudo gira na órbita destas modernidades, o conteúdo dos mesmos estão tornando a nossa história uma verdadeira maratona do que é virtual e real e do que é virtual e irreal.
Como postar é fácil e acessível e as regras de delimitação de mentiras e problemas são sempre questionadas pelos erráticos como antidemocráticas, ficamos muitas vezes a mercê de mercenários, falsos, mentirosos e perigosos manipuladores políticos, religiosos e capitalistas.
Diante da situação, seres em profusão – entre os quais me incluo, passam a observar as postagens nos grupos diversos, com total indiferença, exercendo mais a ação de deletar, que de fato ler e refletir.
Tem inúmeros grupos que participo por educação, que simplesmente não leio absolutamente nada, pois só vejo a propaganda da mentira e a transcrição das inverdades, num espaço abusivo de disseminação de loucuras, teorias conspiratórias claramente inverossímeis e que depõem contra as pessoas que as enviam.
São tantos absurdos, desserviços a vida, ao bem e a importância da diversidade, ciência, meio-ambiente e educação, que fico pasmo como pessoas que falam em Deus, família e Pátria, se colocam ao lado de absurdos e monstruosidades radicalmente opostas ao que pregam, denunciando falta de caráter, de compromisso com a verdade e humanismo, deixando patente, claro e óbvio, desvio de conduta e flagrante fake news de suas posições ambíguas e mentirosas.
E esses grupos diversos que propagam inverdades e defendem posições muito esquisitas estão a direita e a esquerda, estando eu caminhando nesta seara para ver e refletir, mais apagando que lendo, mais lamentando que aprovando e, essencialmente aguardando que a turma do equilíbrio, da postura isenta, possa ter vez, voz e poder saudável.
Os extremos não nos ofertam soluções, só confusões, levando o país ao caos, a economia a falência e a sociedade a guerra civil.
Tem quem goste. Tenho horror a essa situação.
Flávio Rezende – jornalista
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