NO PAÍS DA FLAUTA –

A Eslovênia é o país onde foi encontrada a flauta, o instrumento mais antigo que se conhece. Foi encontrada em caverna “Divje Babe” de uma montanha, feita com fêmur de urso há 60 mil anos. O Neandertal, sabemos, é espécie extinta, mas conviveu com o homo sapiens. Era baixinho e demonstrou capacidade estética. A preciosidade arqueológica é exibida no museu Nacional de Liubliana com música de flauta. Tocava bem o antigo colega de Carlos Zens?

A Eslovênia é um pequeno país do leste da Europa que se tornou independente em 1991, integrando a União Europeia. Com cerca de apenas dois milhões de habitantes, é república parlamentarista. Além do esloveno, o italiano e o húngaro são línguas oficiais.

Essa pequena nação destaca-se pela cultura. Tem um Prêmio Nobel, conferido a Friderik Pregl por contribuições fundamentais para a microanálise orgânica quantitativa.

O Debate do Século realizado em Toronto, Canadá, ocorreu entre os dois mais famosos filósofos da atualidade: Jordan Peterson e Slavoj Zizek. Este é pesquisador do Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana e defendeu o marxismo que levaria à felicidade humana; aquele defendeu a força do capitalismo.

Encanta o visitante as singularidades do país. A começar pelo hino nacional intitulado “Um Brinde”. Louva o vinho que reaviva as veias… nos limpa o coração… apaga toda preocupação. É de autoria do poeta France Preseren (1800 – 1849). O poeta é sempre lembrado. A data de sua morte, 8 de fevereiro, foi transformado em feriado nacional.

O esloveno ama a natureza. Liubliana foi eleita Cidade Verde de 2016. A preservação das florestas, das águas e dos animais é notável. É o país do mundo que mantém o maior número de ursos por quilômetro quadrado. O lago Bred é de tocante beleza física e histórica. De lá, foram retiradas oferendas a divindades do passado remoto, colares de ouro que também enriquecem o Museu Nacional.

A ciência merece atenção especial. Toda semana, no histórico Hotel Union, reúnem-se cientistas universitários para discutir sobre diversos campos científicos, de bioquímica e física a neurociência, e humanidades. Diálogos sobre as modernas mudanças da sociedade, como o uso de fontes naturais renováveis, drogas ilícitas, resíduos de lixos. Jornalistas “traduzem” o pensamento científico para plateia de jovens interessados.

As lendas do passado também servem como fonte cultural: Haveria um dragão enorme que lançava fogo e engolia pessoas. O dragão apaixonou-se por uma fêmea exemplar. Nasceu um dragãozinho que, para a tristeza do pai, não repetia a sua violência. O novo dragão preferia olhar as pessoas namorando, fazer as evoluções ginásticas. Tornou-se escritor e compositor. Hoje, ornamenta a Praça do Dragão e muitos sítios da capital. Conta-se também, brincando, que a sua imobilidade metálica toda vez que na ponte passa uma virgem ele balança o rabo…

As obras de arte são expostas e valorizadas. Na pequena capital, atuam 5 escolas de balé e música, 45 galerias de arte, fontes de alegria e jovialidade. A bela igreja franciscana celebra os tempos jovens com a fachada cor-de-rosa, pink.

 

 

Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN

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