NOMES CURIOSOS –
Verdade X Ficção. Às vezes o nome é colocado já se pensando no apelido. Beatriz é Bia, o nome do pai é Júnior, o do avô é Neto, Luiz é Lula, João é Joca ou Juca. E ainda tem os irritantes diminutivos: inho, inha, ninho, ninha, zinho, zinha, painho, mainha.
E tem também as transmutações: quem, de fato, é Fernandina é conhecida por Liliosa, Francisca é Nininha, Emília é Milhinha, Helena é Leninha, Curioso é Fuinha, Milton é Millôr, Lourdes é Luluda e João é Joãozinho Rapariga.
Tem nome que serve de sobrenome e vice-versa: Maciel Matias, Mathias Maciel, José Maciel, Francisco Nagib, Nagib Francisco.
Tem os judeus novos portugueses com nome de madeira, tipo Oliveira, Pereira, Filgueira; de bicho, tipo Carneiro, Bezerra, Porcino, Cavalo, Pinto; de inseto, tipo Mosca, Barata, Abelha, Formiga, etc.
John Kennedy está vivo. E Lee Oswald também. E numa só pessoa: John Kennedy Lee Oswald da Silva. Tem Jacqueline Kennedy Pereira. Idageniboângelo (provavelmente uma salada tupiniquim de Ida, Geni, Boris e Ângelo), Lady Diana, Iranzueldo e outras invencionices.
Segundo Fritz Utzeri, estão usando computador na busca de um nome original. Silva e Souza ocupam seis páginas completas do catálogo telefônico de Paris… O sociólogo Phillippe Besnard e o demógrafo Guy Desplanques listaram num computador dois milhões e trezentos mil nomes. Mas, não precisa consultá-los, é suficiente fazer a opção por um nome simples, de fácil grafia e possivelmente duplo para quem tem sobrenome vulgar.
Francisco Leonardo Nogueira e Terezinha Caldas Leonardo Nogueira, aproveitaram o C de Caldas e fizeram um Cleonardo. As mulheres ficaram no Z: Zuleide, Zenaide, Zuleika, Zaíra. Os homens no U: Ubirajara, Ubiratam, Ubiraci, Uirapuru, Uirapuam. Fugindo à regra teve um com o nome do pai, uma Maria das Graças e finalmente, Tabajara e Tupinambá.
Sulia X Krejo. Assim como NABOPOLASSAR, AUSTREGÉSILO E AUSTRAGÉSILO, ASCLEPÍADES, e outros nomes históricos / bíblicos acabam em apelido pela pronúncia difícil e interminável.
Há alguns anos chegou uma empregada com o nome pouco comum de SULIA, não resisti e perguntei à mãe dela:
— Onde a senhora conseguiu esse nome?
— Ah, não, doutor, Sulia é apelido, o nome dela mesmo é Suliadora…
— E esse menino mais novo, como é o nome dele?
— A gente chama ele de Krejo.
— E onde a senhora foi pesquisar esse nome, na Grécia?
— Não, senhor, também é apelido… o nome dele mesmo é Krejonaldo…
Obviamente que tratava-se de Auxiliadora e Kerginaldo.
Netinho. Manuel Correia Neto, pasmem, não é neto de Manuel Correia. Explico. Morando em Santana do Matos era conhecido por Netinho, talvez devido à baixa estatura. Quando precisou de uma certidão de nascimento para vir estudar em Natal, foi solicitá-la na Comarca de Assu. E, para sua surpresa, o tabelião disse:
— Aqui no livro só consta o nome de Manuel. O senhor pode escolher o sobrenome que quiser. Manuel Stalin, Manuel Lenine, Manuel Kennedy, Manuel De Gaulle, Manuel Kruschev, o senhor é quem sabe…
Netinho, então, fez o seguinte raciocínio:
— Se o meu nome é Manuel, minha família é Correia e me chamam de Netinho: Manuel Correia Neto. Para tristeza nossa o nosso grande amigo faleceu recentemente. Nossas eternas saudades.