NARCELIO

José Narcelio Marques Sousa

Minha gente, agora é pra valer! Ou ata ou desata. Os homens vão mesmo escanear o universo à procura de sinais de vida inteligente. Com o patrocínio de um milionário russo, o cientista britânico Stephen Hawking lançou um programa de U$ 100 mi para, em dez anos, tentar encontrar vida além da Terra.

Esse é um questionamento que martela cabeças pensantes há séculos. Segundo os idealizadores da empreitada, não existe lógica para que nós, terráqueos, sejamos os únicos seres vivos na imensidão do Universo. Por que tanto privilégio para com habitantes de uma merreca de planeta como o nosso? Como justificar tanto espaço disponível para meia dúzia de humanos?

Realmente, são questionamentos pertinentes. Circula na internet um belíssimo vídeo denominado “A imensidão do micro e do macro cosmo”. Ali, a viagem que começa em dez elevado a potencia 0, ou seja, partindo da distancia de um metro, se estende “para cima” até 10 elevado a 23ª potencia (macro). Depois, retorna ao ponto inicial fazendo a viagem inversa para o interior da matéria até atingir a incrível marca de 10 elevado a menos 16ª potencia (micro). Alcança-se a imensidão da Via-Láctea, nossa galáxia, e retorna ao encontro da pequenez da partícula quark, o limite da matéria dentro do conhecimento humano.

A Terra, nosso querido Planeta Azul, não passa de um cisco nessa grandiosidade espacial. É com base nesse aprofundamento científico que martelam as perguntas: “Quem somos?”, “De onde viemos?”, “Para onde vamos?” ou “O que, nós terráqueos, representamos para o Universo?”. É o tipo de equação com combustível suficiente para se estender per saeculum saeculorum sem resultado definitivo. Basta incluir a religião como componente complicador para torna-la mais complexa.

E, se o imprevisto acontecesse? Isto mesmo! O que faríamos se existisse vida em outros mundos além da Terra? Ah! Não sei vocês, mas, eu abominaria o fato de o extraterrestre ser igual ao E.T. de Steven Spielberg. Aquele monstrinho abobalhado do filme do mesmo nome, que só sabia dizer Go home! Go home!… E acabou indo embora pedalando uma bicicleta espaço afora. Tampouco enfrentar, como o fez Tom Cruise no filme Guerra dos Mundos também de Spielberg, a extraordinária máquina trípode vaporizando pessoas com raios desintegradores.

A imprevisibilidade é a tônica dessa busca. Muitos físicos acreditam que contato com extraterrestres é mera questão de tempo, todos torcendo para que o alienígena surja à nossa imagem e semelhança. Uau! Imaginaram um concurso de “Miss Sistema Solar” ou de “Miss Via-Láctea”, ou ainda de “Miss Cosmos”? Dá para conceber a decepção, caso a constatação de vida fora de Terra fosse um mero microrganismo pensante, ainda que possuidor do poder de comunicação telepática? E, caso encontrassem um ser mutante com a capacidade de assumir qualquer forma humana? Aí sim, seria sucesso garantido, e o diálogo abaixo plausível de acontecer:

“O que é isto?” – perguntaria Terrena depois de ser beijada contra a sua vontade por Cósmica. “Eu me engracei de você!” – ouviria de resposta. “Eu não sou lésbica!” – alertaria Terrena. “Nem eu mulher!” – retrucaria Cósmica. “Então por que você me beijou?” – reclamaria Terrena. “Eu não a beijei, eu a possuí!”. Ante o olhar perplexo de Terrena, a extraterrestre explicaria: “Não se assuste! Acabei de fecundá-la. Em três meses você vai dar à luz um lindo monstrinho homo-alienígena!”.

José Narcelio Marques Sousa – engenheiro civil – [email protected]

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