AB ADAUTO MEDEIROS

Acho engraçado quando escuto alguns colegas e amigos, e até alguns “analistas” dizerem que a crise atual no Brasil é uma crise do “capitalismo”. A ideia que tentam transmitir é de uma critica ao próprio capitalismo. Ou seja, é uma análise ideológica. E o que é pior, alguns ainda fazem um paralelo com a crise nos Estados Unidos do ano de 1929 com a quebra na bolsa de valores daquele país.

Na minha avaliação, nada mais errado e distante da realidade. Em primeiro lugar, a crise no Brasil não é uma crise de capitalismo, e sim uma crise do Estado. Aqui quem quebrou e quebra o país, não é e nunca foi a iniciativa privada (sinônimo de capitalismo). Quem quebra o nosso país é o Estado, ao contrário, portanto da crise de 1929 ou mesmo da crise recente nos Estados Unidos, onde de fato quem quebrou foi a iniciativa privada.

Isso é tão verdadeiro que lá como o Estado norte-americano não estava quebrado, esse mesmo Estado pode intervir para ajudar a recuperar a economia. Já no Brasil, como a crise é no Estado, perdulário, corrupto, ineficiente, predador, esse mesmo Estado busca socorro justamente na nossa iniciativa privada, e mais ainda, aumentando imposto. É a sociedade e a iniciativa privada que são chamadas para tirar o Estado do Buraco.

O nosso problema é o Estado. Um Estado rigorosamente paquiderme, imenso, que não permite a criação e o surgimento de uma nação. Aqui no Brasil, o Estado é maior que a nação. É ele, quem gera as crises, como a de agora. O nosso problema, é entender isso. Basta dizer que o Estado brasileiro é tão “competente” que quebrou um monopólico. O monopólico estatal da Petrobras. Olhem que paradoxo.

Já em 1929 com a crise na bolsa de valores nos Estados Unidos, esse mesmo país foi a lona. No entanto, incrivelmente, olhem bem, em 1945, logo após o término da Segunda Grande Guerra, os Estados Unidos já eram novamente a potencia do mundo livre, justamente pela pujança da sua iniciativa privada, e com isso, tinham recursos para financiar e reerguer a Europa destroçada pela guerra.

Vejam a diferença. Eles rapidamente se recuperaram e passaram a financiar o mundo, ou seja, em especial a Alemanha e o Japão que também em pouco tempo se reergueram. E nós? Nós como nossas crises, me desculpem, não somos nada, justamente pelo problema que temos que é o Estado. Repito: no Brasil o Estado é predador, irresponsável e incompetente. E o povo? O povo que se lixe! Essa tem sido a nossa sina, infelizmente.

Pelo “amor” que temos ao Estado, o nosso principal erro, tenho minhas dúvidas se iremos conseguir um dia fazer uma sociedade justa. Porque aqui o sonho do brasileiro me desculpe novamente, é ser vereador. Aliás, uma profissão que gera muito dinheiro. Para ele, é claro!

Enquanto não entendermos que o que nos falta é iniciativa privada, ou seja, capitalismo, iremos ficar culpando e achando que a nossa crise é do capitalismo, quando na verdade, é uma crise rigorosamente do Estado. De um Estado gigante, predador e ineficiente.

Adauto Medeiros – engenheiro civil e empresário[email protected]

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