A Musica Popular Brasileira perdeu esta semana um dos seus grandes nomes, o cantor e compositor Luiz Melodia. falecido esta semana, aos 66 anos, em decorrência de um câncer de medula. A partir dos anos setenta, com as mudanças oriunda da Tropicália, a MPB se tornou plural, abraçando vários estilos. Não era mais preciso ser apenas uma coisa só. Valia de tudo, do samba ao baião, do rock ao blues, do choro à bossa. A geração pós tropicalismo, assimilando essa abertura, criou verdadeiras obras-primas. Luiz Melodia foi um artista dessa época, que soube fazer dessa mistura uma coisa original e bonita, amparado pela sua bela voz, talento e um imenso swing.
Em 1973, quando lançou seu primeiro disco, Melodia era um jovem de 22 anos, vindo do morro de São Carlos, no bairro do Estácio. O que ele trazia em sua bagagem, porém, não se restringia somente ao samba. Ele se deixou influenciar pelo bolero, o samba canção, a música de Lupicínio Rodrigues, o baião de Luiz Gonzaga e a modernidade nordestina de Jackson do Pandeiro. Dois anos antes, pelas mãos de Waly Salomão e Torquato Neto, Melodia se aproximou dos artistas ligados à Tropicália. Sua canção “Pérola Negra” foi escolhida por Gal Costa para fazer parte do disco Fatal e do show Gal A Todo Vapor. Esse foi o inicio da sua vida de artista, quando Luis Melodia preparou seu primeiro disco.
Além do samba, Melodia passou a nutrir admiração também pelo rock, pela jovem guarda, e chegou ao blues e ao jazz. O ano de 1973, quando Pérola Negra foi lançado, pode ser visto como uma espécie de renascimento da música brasileira, depois do tropicalismo. Foi o ano da estreia de João Bosco, Raul Seixas, Fagner, Sérgio Sampaio e Gonzaguinha. Além do lançlamento do Matita Perê, de Tom Jobim, Elis, de Elis Regina, Nervos de Aço, de Paulinho da Viola, Canto por um Novo Dia, de Beth Carvalho, Novos Baianos F.C., Quem é quem, de João Donato, Todos os Olhos, de Tom Zé e Araça Azul, de Caetano Veloso, entre tantos outros.
Poucos discos souberam mostrar a mistura de estilos com a qualidade e quantidade de grandes composições. O que Melodia realiza entre o samba, o choro, o samba-canção e o blues, o rock, o soul, unindo o samba do Estácio e a música estrangeira – é transformado em um êxtase musical. Graças a beleza da sua voz, bem como pelos belos e estranhos versos que compõem o seu imaginário poético. Melancólica e urbana, apaixonada e bem humorada, assim se apresenta a identidade do compositor, o que se mostrou evidente em clássicos como “Estácio Holly Estácio”, “Magrelinha”, e na canção que batizou o primeiro disco. Ele assumiu a identidade do sambista que gostava de rock e do roqueiro criado no berço do samba, pautando-se somente por sua liberdade e criatividade.
Pérola Negra obteve intenso sucesso de crítica e a gravadora o pressionou a fazer um novo trabalho, mais fácil, para vende-lo como um “sambista do Estácio”. Luis Melodia resistiu e não aceitou. E quem saiu ganhando com isso foi a própria MPB.
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Valeu Berilo. Parabéns pelo grande exemplo também como jogador. Seus colegas diziam que você só batia escanteios de BICO de pe kkkkkk