NOSSA QUERIDA NATAL –
Não ouço ninguém tecer qualquer comentário acerca do privilégio de viver em Natal, quando a quase totalidade das capitais do Brasil enfrentam o dissabor de conviver ou serem ameaçadas pelas chamas e cinzas decorrentes de milhares focos de incêndio, consumindo florestas e biomas e vegetações outras país afora.
Ante tamanho desastre ecológico – onde acentuada parte das queimadas garantem as autoridades estar associadas a ações criminosas -, Natal navega imune aos efeitos deletérios da calamidade pública.
Apelidada de “Cidade do Sol”, pelo folclorista Câmara Cascudo, por estar iluminada pelos raios do Sol durante os 360 dias do ano, Natal ainda mantém uma temperatura média de 28ºC e uma brisa amena e agradável na maior parte do dia.
Existe, sim, uma explicação para tantos pontos positivos em detrimento de outras capitais do Brasil. Estamos situados na esquina da América do Sul, com ventos que passam por aqui e alcançam longínquas outras regiões do Estado para produzir energia eólica.
Pouca gente recorda que a “Noiva do Sol” – ainda segundo Cascudo -, já recebeu o título de ar mais puro das Américas, após estudo feito pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a pedido da NASA, agência espacial dos EUA. O natalense se ufana, também, com a qualidade da água que consume, parte dela filtrada pelas dunas que protegem a orla ocupada por outras belezas naturais além das praias.
Ao longo deste setembro/2024 observei pelos telejornais o emaranhado de pontos vermelhos, representando queimadas, ocupando a quase totalidade do Brasil, onde imune a todas essas mazelas se sobressaia o nosso Rio Grande do Norte.
Não tenho dúvidas que ocupamos um espaço privilegiado para se viver bem, sem insalubridades outras prejudiciais ao organismo humano. Nunca, em tempo algum, viu-se o ar de Natal irrespirável. Com mais de 500 mil veículos circulando na capital já deveria existir certo grau de comprometimento no oxigênio que inalamos, fato esse evitado pela brisa constante.
Seria egoísmo de nossa parte não querermos abrir mão e compartilhar tal dádiva com outros brasileiros. O receio é que ao ocuparem desordenadamente a cidade a transformem em comunidades costeiras como Pipa ou São Miguel do Gostoso, totalmente desvirtuadas de suas características originais.
Nunca entendi o porquê de nossos governantes nunca haverem explorado a data magna do nascimento de Cristo, assim como fez Gramado, no Rio Grande do Sul. O “Natal em Natal” disporia de todos os elementos para dar certo, partindo da premissa de que, como afirmou Diógenes Cunha Lima, “Aqui todo dia é Dia de Natal”.
Adicionemos a esse contexto o entrave decorrente do radicalismo partidário, interferindo no desenvolvimento da cidade, como a prática de prefeitos eleitos abandonarem projetos em andamento de facções políticas contrárias às suas.
Espero que não desprezem as boas ideias da atual gestão como a engorda da praia de Ponta Negra, a conclusão do Hospital da Mulher, nem a recuperação do passeio público, planejado para ser entregue antes da Copa do Mundo de Futebol, em 2014.
Enquanto isso aproveitemos o ar e a brisa da terra dos “Três Reis Magos”.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil
Natal sua linda
Muito boas suas cronicas, Narcelio! Parabens
Mais uma vez registre meus “ elogios a sua crônica perfeita e inteligente”, e agradecida pela constante e elegante foco a nossa amada Natal que tanto espaço gera pelo nome que carrega nesta data comemorativa. NATAL É TODO DIA PARA TODOS NÓS. Gratidão Dr. Narcélio!
Como sempre, uma excelente crônica.
Obrigado, Raissa, pelas gentis palavras.
Sou do Rio de Janeiro, belíssima cidade, mas que com muitas mazelas. A pior de todas a violência.
Sinto maior prazer quando visito Natal. Excelentes praias, clima muito agradável e pontos turísticos bem interessantes. Cabe ao poder público e aos residentes da cidade zelar pela manutenção da ordem e de todas as qualidades da “Noiva do sol”.
Olá, Carlos. Lamento o que acontece com o Rio e demais metrópoles brasileiras, onde reinam absolutas facções do crime organizado. Isso me fez lembrar um antigo ditado: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. O mesmo se aplica a essas gangues poderosas.