NOVAMENTE A COVID-19 –
Assunto recorrente e, já de certa forma, enfadonho.
Apesar disso achei interessante colocar algumas impressões minhas, de um leigo, que tem acompanhado o assunto.
Em outras oportunidades abordei o assunto com algumas considerações que, infelizmente, aconteceram.
O acerto não foi por ser especialista ou grande conhecedor de pandemias, foi sim exercendo um pouco de lógica e observando a evolução dos fatos.
Com as vacinas disponíveis, grandes contingentes vacinados, em países mais ricos, assistimos o ressurgimento de nova mutação viral, a tal OMICRON.
E a partir dela, com sua cepa original B1, já temos mais novidades: a B2 que já a superou em contágio.
Aparentemente uma vez e meia mais contagiosa porém, assim como sua origem, não tão letal.
Novamente, UTIs lotadas por conta do número de infectados que subiu assustadoramente.
O número de mortes, consequentemente, volta a aumentar apesar das vacinas.
E seguem-se os questionamentos em relação às vacinas e exigências dos governos de uma maneira geral.
Alguns fatos devem ser levados em consideração para melhor avaliarmos a situação:
A vacina
A vacina dificulta a contaminação mas não a impede, o que significa que podemos contrair e transmitir o vírus.
A grande vantagem das vacinas é reduzir drasticamente o desenvolvimento das formas graves da doença que levam à morte.
As vacinas foram baseadas na cepa original, após certa queda nos números houve o recrudescimento da pandemia por conta da Delta, mais contagiosa e aparentemente mais letal.
Com a vacinação avançando, apesar da Delta, no mundo mais rico, frise-se isso, o número de mortes caiu vertiginosamente o que nos trouxe alívio e uma falsa sensação de segurança.
Os povos
Com protocolos abrandados e liberação de atividades o cotidiano retomou uma certa normalidade.
A população, de uma maneira geral, retomou as atividades como se tudo já tivesse, se não terminado, sob controle.
Voltaram as festas, aglomerações, comemorações e outras tantas ¨ões¨ que levaram à nova elevação nos números de casos, internações e mortes.
Novamente protocolos, restrições mais severas e a aceleração na vacinação trouxe o consequente resultado: a queda acentuada nos números de internação e mortes.
Questionamentos sobre passaporte de vacina, restrições e muito negacionismo têm provocado movimentos ao redor do mundo apesar de ainda estarmos sob ameaça.
Retomando o assunto: ainda temos uma disparidade enorme na questão vacinação, com o mundo mais favorecido sofrendo as consequências de uma displicência na questão de distribuição mais equitativa das vacinas.
Esse fato é unanimidade na comunidade científica, a pandemia só terminará quando tivermos a população mundial vacinada, se não totalmente, em número superior a 90%.
As empresas fabricantes de vacina já se movimentam para a produção de vacinas atualizadas quanto às cepas até agora conhecidas.
Não podemos esquecer que um hospedeiro não vacinado está mais suscetível a contrair o vírus e, eventualmente, facilitar o aparecimento de novas cepas.
Como dedução exclusivamente minha, as cepas seguirão em mutação constante, assim como a gripe influenza, porém com letalidade ou força bem mais atenuada por conta de vacinação frequente e universo vacinado.
Antes disso, sabemos que os protocolos serão relaxados, a atividade econômica será retomada, não há como permanecer paralisado até sabe-se lá quando.
Chamo a atenção, como tenho feito desde o início dessa pandemia, para a responsabilidade da população.
Não vejo preocupação com os acontecimentos, basta uma pequena brecha para que a grande maioria se comporte como se nada estivesse acontecendo e que nada aconteceu.
Depois as reclamações de falta de vagas, brigas nos centros de saúde, mortes e cobranças oriundas da própria irresponsabilidade e insensatez.
Temos obviamente que trabalhar, sair e nos encontrarmos mas com comedimento, obedecendo protocolos mais brandos.
Cabe sim cobrar ações efetivas dos governos quanto a investimentos na saúde, vacinas, nos transportes públicos fonte segura de contaminação por conta da aglomeração em horários de pico.
Tenhamos certeza que conviveremos com o vírus por longo tempo, será talvez mais uma gripe diferenciada, com ciclos mais severos mas nem tão letais, vacinações frequentes e mortes dentro de parâmetros aceitáveis para o tipo de enfermidade.
Este é um vírus do tipo que não acaba, não é como sarampo em que a imunidade é perene para quem já teve, é um vírus mutante que se aproveita de nossa irresponsabilidade no seu trato.
Vacinas e fármacos com certeza evoluirão, só não sei se nós humanos evoluiremos para melhor conduzir a vida sob essa questão.
Como já foi dito, uma pandemia termina ou por conta de sua erradicação/atenuação ou por conta da perda do medo.
Em alguns países com alta taxa de vacinação a segunda situação já está em andamento.
Fica o alerta e a esperança.
Roberto Goyano – Engenheiro