NOVOS BAIANOS, MORAES MOREIRA, POMBO-CORREIO POUCO DORME, LONGE AVOA!! –
Fato curioso que trago na lembrança dos Novos Baianos de final dos anos sessenta. Meus pais tinham uma pequena granja na Bandeirantes 6353, Vargem Grande, Rio de Janeiro, que se localizava em frente onde está hoje o Projac da Globo, na época eram sítios tranquilos. Mais adiante, ficava uma chácara em que viviam alguns “hippies”, todos cabeludos, as jovens com típicas saias de ciganos, magricelos, passavam o tempo a cantar e tocar instrumentos de corda e percussão, andavam descalços e fumavam cigarrinhos.
Às vezes aparecia um ou dois deles na nossa granja para compra do frango, entrava e ficava esperando alguns minutos minha saudosa mãe fazer a depena do galináceo. Lembro-me de Paulinho e Moraes Moreira com bandolim sentado embaixo do caramanchão de maracujás e passava a dedilhar trechos das músicas. Ainda não tinham a fama. Eu muito garoto, observava a maestria do guitarrista. Certa vez Paulinho me convidou pra bater bola na pelada no sítio. Algumas vezes eu fui e até já me vi em foto da época. A Baby e a mulher de Paulinho distribuíam camisas coloridas, era uma alegria só. Depois da pelada era encarar uma gamela que se servia de um panelão de arroz, outro com macaxeira frita e uma bacia com frango desfiado de forno (este eu conhecia!).
Anos se passaram os Novos Baianos ganharam o mundo, estouravam nas rádios e tevês, entre shows carreando multidões! Preta, pretinha! Besta é tu! Menina dança! ….. Já não precisavam viver em comunidade de hippies baianos em bairro distante, sucesso absoluto, cada um na sua!
Em recente show, Moraes Moreira, junto ao filho músico Davi Moraes, apresentou canções recentes em que homenageou escritores clássicos brasileiros, entre eles Gilberto Freire e Câmara Cascudo.
Hoje é a tristeza, Moraes Moreira, tal qual o pombo-correio, ave que quase não dorme, partiu para uma avoada de responsa! pra junto do Sítio encantado do Deus dos justos! Acabou chorare!