A UFRN desenvolveu um plano de ações com o objetivo de fortalecer medidas governamentais e da sociedade civil para o enfrentamento do novo coronavírus, principalmente nos territórios populares em situação de vulnerabilidade social. O trabalho foi desenvolvido pelo Núcleo Natal do Observatório das Metrópoles, sediado no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA/UFRN).

Uma pesquisa realizada pela UFRN e Universidade Federal do Ceará apontou que as regiões mais pobres de Natal têm uma taxa de mortalidade por Covid-19 até três vezes maior que as áreas mais ricas.

O plano de ações tem o objetivo de prevenir uma “catástrofe na população mais vulnerável”, auxiliando gestores municipais e do estado. “Para enfrentar tal situação, o primeiro passo é reconhecer que ela exige a mobilização de novas formas de agir e de pensar e níveis mais elevados de responsabilidade pública. E isso interpela frontalmente os poderes públicos, muito especialmente o municipal, principal responsável pelas ações de atendimento básico e estadual, responsável pelo atendimento de média e alta complexidade. Em defesa da vida e de um mínimo de seguridade social, é imperativa uma reformulação com ampliação no enfrentamento da covid-19, principalmente nos territórios em situação de vulnerabilidade social que estão mais sujeitos às consequências e riscos decorrentes da pandemia. Ou seja, uma catástrofe maior a ser evitada”, destacou a professora Maria do Livramento Miranda Clementino, docente do Departamento de Políticas Públicas e coordenadora do estudo.

“Fazemos a identificação desses territórios populares e estruturamos um conjunto de ações de responsabilidade pública e civil em quatro dimensões: preventiva, de atendimento, das ações de coordenação e apoio social e de articulação, avaliação e monitoramento. Trata-se de mais uma colaboração da UFRN no combate e na prevenção à covid-19”, explicou a coordenadora.

Dimensões do Plano

Preventiva: A primeira dimensão do plano sugere o monitoramento de lugares onde a população tem dificuldade de acesso à água; a aproximação do atendimento em saúde às populações nos territórios em situação de vulnerabilidade social; a proteção jurídica da posse da terra, da moradia e do direito às condições sanitárias adequadas; a comunicação em saúde, da distribuição de máscaras, do isolamento de indivíduos pertencentes a grupos vulneráveis; e a atenção a grupos potencialmente difusores da doença.

Atendimento: Criar espaços de atendimento exclusivos para indivíduos com suspeita de covid-19, bem como espaços exclusivos nos territórios em situação de vulnerabilidade para a quarentena de pacientes que não precisam ser hospitalizados, mas precisam ser isolados do convívio com familiares e vizinhos. Além disso, o plano aponta que também se faz necessária a atenção à aproximação do atendimento em saúde às populações desses territórios e às condições de trabalho das unidades básicas de saúde, pois é lá que o problema social e sanitário está explodindo em toda a sua dramaticidade.

Ações de coordenação e apoio social: Articulação das ações de prevenção e de atendimento. Essa coordenação também permitirá racionalizar os recursos de apoio social, de acesso à renda, cesta básica e outros insumos vitais como máscaras, água e material de higiene.

Articulação, avaliação e monitoramento: Identificar e sistematizar a base de dados e ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado, Municípios, instituições de ensino e organizações sociais, no sentido de conter e/ou minimizar impactos da pandemia nos territórios em situação de vulnerabilidade, visando à formulação de estratégias de enfrentamento do problema e tomada de decisões.

Fonte: G1RN

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