A crise no mercado de trabalho em 2015 foi a pior já registrada. O número de pessoas desempregadas subiu 38% no ano e alcançou 10 milhões de brasileiros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. Trata-se do maior contingente de desempregados já registrado e da maior evolução da taxa de desocupados em um único ano desde o início da série história, em 2004.
Os números mostram que 2,8 milhões de pessoas deixaram o mercado de trabalho no ano passado. Em 2014, os desempregados somavam 7,2 milhões, número que cresceu para 10 milhões em 2015. Nos primeiros meses de 2016, o indicador continuou a crescer.
Em 2015, os desempregados representavam 9,6% da população em idade ativa, contra 6,9% em 2014.
Nenhuma região do país passou imune ao desemprego. A maior concentração de desempregados está na região Sudeste, com 4,9 milhões de pessoas procurando uma ocupação. A região Sul, no entanto, foi onde o contingente de desempregados mais cresceu no ano passado – 66%.
O desemprego afeta de forma desigual pessoas de diferentes gênero, raça, idade e grau de escolaridade. A maioria absoluta de desempregados se concentrava entre a população preta ou parda (60,4%) e quase a metade do total do contingente (48,2%) não tinha o ensino médio completo.
Na divisão por idade, os jovens de 18 a 24 anos somam a maior parcela de desempregados (33,4% do total). Já em relação ao gênero, as mulheres representavam 53,6%.
A proporção de mulheres desempregadas em relação aos homens, porém, caiu 3,1 pontos percentuais na comparação com o ano anterior. “Não é que esteja reduzindo a desocupação das mulheres, mas a dos homens é que está aumentando”, destacou a gerente da PNAD, Maria Lúcia Vieira. Em 2015, 1,5 milhão de homens perderam o emprego, 300 mil a mais que as mulheres.
A maior perda de emprego entre os homens que entre as mulheres é explicada pelo impacto da crise econômica na indústria e na agricultura, setores que tradicionalmente empregam mais homens. Deste total, cerca de 1 milhão era da indústria e cerca de 855 mil na agricultura. Somados, os dois setores representam aproximadamente 48% da queda na ocupação no país.
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