NUNCA É TARDE PARA SONHAR! –

Segundo relatório do Banco Mundial publicado recentemente (fevereiro de 2018), o patropi irá demorar ainda 260 anos para alcançar o nível de leitura dos países desenvolvidos. Essa estimativa é calculada com base no nível de desempenho dos estudantes brasileiros no PISA; uma avaliação internacional realizada pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento.

A leitura está muito longe de ser um hábito do povo brasileiro. Poucos são os que dedicam parte do seu tempo a leitura. A grande maioria (73%) dedica o tempo livre assistindo televisão.

As duas maiores redes de livrarias brasileiras estão em recuperação judicial. Um grande livreiro se queixa diante do estoque repleto: “Não há mais leitores”.

O clima no mundo dos livros (em papel) é de velório e recriminação.

Será mesmo que o fim do papel ameaça a República das Letras? Há mesmo menos leitores?

A meu sentir, para quem aprendeu a gostar de ler, felizmente, a vida só melhorou.

O negócio do livro é tão cruel quanto qualquer outro.

Quando se trata de livros, o romantismo se restringe a certas obras – ou aos ideais de certos livreiros e editores. É cobra engolindo cobra. A lógica é a mesma do sistema: a livre concorrência fortalece os grandes editores e faz desaparecer os pequenos.

A questão dos baixos níveis de leitura, no Brasil, envolve políticas educacionais equivocadas, formação de professores (com mais teoria que prática pedagógica) e estrutura (precária) das redes de ensino, notadamente as do Ensino Fundamental (onde deveria iniciar o processo de estímulo ao gosto pela leitura).

O leitor sabe que atividades em sala de aula – planejadas para incentivar a leitura, com diferentes recursos didáticos (impressos e digitais), têm o poder de exercer papel chave na formação de novos leitores.

O ato de ler produz conhecimento e atiça o raciocínio e a imaginação; gerando opinião própria sobre o que foi lido, abrindo o céu para a mente, em formação, que se projeta para um mundo infinito de possibilidades

O leitor brasileiro, em média, lê quatro livros por ano; segundo pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, encomendada pelo Instituto Pró livro, e divulgada em 2016.

Ocorre que o mundo mudou, o Brasil mudou. E o conceito de “biblioteca” também mudou.

Se antes da internet invadir nossas vidas, os livros variavam apenas em seu formato físico (tamanho e material), atualmente também se diversificam em formatos de e-books que podem ser baixados e lidos em tablets, e-readers, smartfones; o que ampliou as possibilidades de leitura em lugares e horários diferenciados: transportes coletivos, praias, parques, clubes, e até filas de supermercados.

Destaque-se ainda a possibilidade maravilhosa de acesso a livros inteiros, em PDF ou acervos digitalizados, sob a forma de letras e fotos, ou vídeos; o que agilizou a realização de pesquisas escolares e acadêmicas.

Para terminar, para reacender nossa Esperança – a boa notícia é que mulheres e jovens formam a maior parte dos leitores brasileiros.

Neste limiar de Ano Novo, é bom constatar que, apesar de todas as dificuldades – no mundo das palavras, os brasileiros estamos na direção certa: o aperfeiçoamento ético da população, pela conscientização dos indivíduos desde sua infância, pela via da leitura.

É óbvio que uma Nação que lê apresenta melhores índices de desenvolvimento.

Que tenhamos, cada vez mais, livros (impressos ou digitais) a mancheias!

Nunca é tarde pra sonhar!

Rinaldo Barros é professor – [email protected]

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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