Neste ano de 2017, em 14 de julho, o América FC completa 102 anos.
Já fiz referências ao querido clube rubro em alguns artigos publicados, inclusive, nos meus livros editados. No entanto, gostaria de contar a minha convivência como admirador/torcedor e atleta, vestindo a sua camisa nos anos de 1967, quando levantamos a Taça de Campeão do certame da cidade.
Na década de 1950, menino/moleque, habitante do bairro do Tirol, fui ativamente frequentador da sua sede/campo, na avenida Rodrigues Alves, melhor dizendo, de todo o quarteirão da região, abrangendo as ruas: Maxaranguape, Ceará-Mirim e Campos Sales. Que beleza! Que riqueza! Que patrimônio!
Vivi todos os seus momentos, treinos, jogos, concentrações. Compartilhava sempre com as conhecidas e admiradas caminhadas com os jogadores nos dias ou nas noites de jogos até o Estádio Juvenal Lamartine.
Era tudo que a meninada queria. Era o sonho realizado!
Admirava, achava bonito e ficava curioso com aquele óleo brilhoso que se distribuía nas pernas dos jogadores, decorrentes das massagens que recebiam antes das jogos.
Tudo era novo e empolgante. Conhecia nominalmente todos os seus jogadores, fossem eles do time titular ou de aspirantes.
Recordo e declino um dos seus melhores times, que vi jogar ( na da década de 1950): Gerim, Artêmio e Barbosa (Cuica); Euclimar, Renato e Dico; Gilvan, Juarez (Pedro Dieb), Saquinho, Wallace e Gilvandro. Time campeão!
Na esteira da história, lembro do time juvenil comandado pelos abnegados, Lelé Galvão e Lu, que contava com um bom lateral esquerdo, que não gostava de acordar cedo para treinar, Nei Leandro, meu irmão; Ilo, irmão de Véscio; o bom goleiro Castilho e tantos outros futuros promissores atletas, que não deram sequência ao bom futebol que praticavam.
No ano de 1959, o América pede afastamento temporário do certame oficial da cidade para construir a sua sede social, só retornando seis anos depois, em 1966.
Com a sua ausência, fez surgir e crescer aquele que representava a terceira força do futebol potiguar: o Alecrim FC.
Foi exatamente nesse vácuo de tempo que ingressei no time esmeraldino, quando fiz o meu primeiro contrato como profissional de futebol, com apenas dezoito anos de idade.
Durante os cinco anos da ausência do América, o Alecrim substituiu e cumpriu à altura a missão de afastar o seu ferrenho adversário, o ABC FC, de conquistas de títulos; o que veio acontecer nos anos de 1963 e 1964. Fez e muito bem o seu dever de casa.
Em 1966, volta o América; inicia aí a sua nova etapa de reestruturação da equipe. Não chega a disputar o título da cidade. Perde o campeonato.
No ano seguinte, 1967, a diretoria e a comissão técnica formam uma excelente equipe e voltam com força à caça de títulos.
Estava eu, já afastado do futebol desde quando perdi o tricampeonato em 1965; não mais pensava em voltar ao gramado, uma vez que não havia tempo para conciliar o futebol com os estudos médicos. Mesmo assim, diante de muita insistência do amigo/treinador Osiel Lago, ex-companheiro do Alecrim no bicampeonato de 63/64, aceitei o convite.
No meu imaginário sonho como jogador de futebol, sentia que estava faltando ainda a concretização de um feito que me consagraria na minha vida como jogador profissional de futebol: o título com a camisa rubra, time que escolhi de coração, quando ainda criança para torcer e admirar.
E tudo aconteceu como havia sonhado. Encerrava ali, há 50 anos (1967), numa quente noite de uma quarta-feira, no histórico Estádio Juvenal Lamartine lotado, a minha curta e vitoriosa história como jogador de futebol, vestido de vermelho e branco. Que honra! Que prazer! Que alegria!
Parabéns, América FC, pelos seus gloriosos 102 anos. Avante, América!
Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN – [email protected]
Parabéns Berilo pelo belo exemplo de Vida. Acho que a melancia do quintal de Tio Apolonio bem docinha ajudou no seu preparo físico também kkkkkk
Berilo,
você sempre produz excelentes textos.
Para quem é apaixonado pelo América F.C. como eu, então o texto não em classificação.
É pra lá de bom.
Parabéns e bola pra frente e que venham outros tantos para nosso deleite.
Abraço,
Geraldo.