O AMOR EXALTA –

O amor é a mais elevada dimensão da natureza humana. Nenhum outro sentimento tem a sua grandeza. É um poliedro luminoso. Quem ama tem direito ao que os franceses chamam de joie de vivre, alegria de viver, a exaltação de espírito que pode se dar em que qualquer ato ou momento.  Quem ama tem gosto pela vida, um certo entusiasmo pelo lado bom que a vida pode oferecer.

Uma definição abrangente não é fácil, haja vista a diversidade de como se apresenta o amor. Na infância é elo da criança com o seu brinquedo. Na adolescência, mescla impulso e fantasia. Na maturidade, para quem tem aptidão, uma razão íntima de existir. São múltiplos o objeto do amor. Amor à família, a amigos, parceiros, a coisas, ao povo, a Deus ou à natureza.

Todo amor é livre na sua origem. É impossível coagir uma pessoa a amar. Ele liberta o ser humano do egoísmo e do egocentrismo natural, transcende as limitações da condição humana.

O sentimento amoroso tende a persistir enquanto a paixão não resiste ao tempo. Quando o amor é perfeitamente correspondido, os dois desejam ser um. O amante tem afetos positivos, perdura por devoção, zelo, solicitude.

O tema é predominante na literatura, no teatro e no cinema. Pode-se dizer que há amores épicos, líricos e dramáticos. Têm sempre natureza seletiva. O altruísta é unilateral, não espera reciprocidade.

Um padre graduado, amigo meu, disse-me que, mesmo seguindo o ensinamento de São Paulo para quem o amor é paciente, achava que não iria conseguir cumprir a ordem de Jesus, amando os seus inimigos. Depois, exacerbando o argumento, tentou explicar-se: “Como vou poder amar o meu maior inimigo, o demônio?”.

As leis, seguindo a ortodoxia da época, condenavam os amores não heterossexuais. Na Grécia antiga, o amor homossexual era comum à classe mais elevada. O amor sáfico, nos tempos atuais, tem sido admitido como prática natural. Safo, na Ilha de Lesbos, criou uma escola de sedução em que se ensinava poesia, canto, música, dança, postura, gestos e até a arte de caminhar.

O século XXI já mereceu um dicionário do economista e filósofo francês, Jacques Attali, no qual ele qualifica o amor como o último objeto do consumo, mas, ao mesmo tempo, o último refúgio da humanidade. Todo ser humano carece de harmonia. Só o amor pode trazer a harmonia universal.

 

Diógenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

  DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,7970 DÓLAR TURISMO: R$ 6,0140 EURO: R$ 6,0850 LIBRA: R$ 7,2990…

20 horas ago

Promotores exigem pena máxima para ex-marido de Gisèle Pelicot por dopar e estuprar mulher por anos

Os promotores do caso Gisèle Pelicot pediram a pena máxima para Dominique, o ex-marido da…

20 horas ago

Governo quer incentivar aviação regional com leilão em 2025 e foco no Norte e Nordeste

O g1 apurou que o plano faz parte do programa de concessão aeroportuária em elaboração pelo Ministério…

20 horas ago

Canetas emagrecedoras: um em cada cinco pacientes pode não responder ao tratamento, dizem especialistas

Medicamentos como Ozempic e Wegovy, popularmente conhecidos como "canetas emagrecedoras", ficaram famosas pelos resultados no…

20 horas ago

Fones de ouvido: como fazer uma limpeza completa

Dá um certo "nojinho" quando alguém fala "escuta essa música aqui" e estende o fone de…

20 horas ago

13º salário: parcela única ou 1ª parte devem ser pagas até sexta-feira; veja o que fazer se você não receber

O prazo para o pagamento da parcela única ou da primeira parte do 13º salário se…

20 horas ago

This website uses cookies.