O BAR DE PERNAMBUCO E O ENCONTRO DAS ÁGUAS DO ‘POTENGI AMADO’ –
Edson Ferreira Machado, nasceu em 13/10/1927, Goiana/PE. Seus pais foram: Antonio Ferreira Machado/Severina Ferreira Machado. Casou-se com Clotilde Ferreira Machado (PE), com a qual teve 22 filhos, os quais lhe deram 40 netos. Toda essa prole mora em diversas cidades do nosso imenso Brasil. Ficou viúvo, há cinco anos.
Do seu bar, descortinamos um belo visual do Rio Potengi e podemos desfrutar de uma variedade de pratos, sabores e temperos da comida nordestina, no referente a peixes e frutos do mar inteiros ou em postas, acrescido de tapioca com coco, caldos de arraia, de camarão e de ostra, camarão na manteiga e alho ou ensopado, etc. Sempre tem cerveja, bem gelada, e outras bebidas. Os produtos são novos e os petiscos são servidos quentes. Pernambuco é polivalente; proprietário, cozinheiro e garçom. Ainda comercializa bocas secas de tubarão e artigos de embarcações recolhidos do mar.
Aos 77 anos de idade, é um homem de bem com a vida e de profundo conhecimento de psicologia aprendido na universidade da vida.
Sempre trata os clientes com gentileza e atenção, indagando sobre suas atividades profissionais, família e outros assuntos gerais.
Orgulha-se do seu bar, ter sido matéria da Revista Veja e outros jornais da imprensa local.
É o primeiro entre os quatro bares localizados na margem do Potengi, em direção ao Museu da Aeronáutica e Espaço de Natal, situado na Rampa. Este codinome se deve ao fato que na década de 1920 existia uma acentuada inclinação para a qual os aviões anfíbios que pousavam no Rio Potengi eram trazidos para o pátio. A partir de 1930, passou a ser terminal de passageiro e em 1942, o local serviu de ponto de apoio às manobras militares norte-americanas. Com o término da Guerra, a Aeronáutica transformou a unidade no Clube dos Oficiais da Aeronáutica numa aproximação com a Sociedade Natalense.
No vento da tarde, enquanto os pássaros atravessam o céu sereno, os turistas estrangeiros e nacionais e os natalenses dispõem de quatorze mesas para a degustação, bebida e a contemplação do mais belo pôr-do-sol do nosso Estado.
No final da tarde em que a lua debruça sobre o Rio Potengi, os navios passando no fundo do horizonte, temos música de roedeira, recitação de poemas e se joga conversa fora. Citando meu caro amigo Jaécio de Oliveira Caldas – “Bares são lugares de colheitas permanentes”.
Na área onde se localiza o bar, temos diversas bancas e estabelecimentos para a venda de peixes e frutos do mar.
Diversos moradores sobrevivem pescando no mar e no Rio Potengi. Devem cantar “Suíte do Pescador” – Dorival Caymi – “Minha jangada vai sair pro mar/Vou trabalhar, meu bem querer/Se Deus quiser, quando em voltar do mar/Um peixe bom em vou trazer/Meus companheiros também vão voltar/E a Deus do céu vamos agradecer”.
Os nossos agradecimentos à Pernambuco que através do encontro das águas do “Potengi Amado” e do seu bar, divulga nossa cidade nos cinco continentes.
No cair da tarde, ao passar neste local, lembrei-me de um trecho do poema – Barcos II de autoria do inesquecível amigo Márcio Marinho – “Que venha a noite, funda, sem entranhas…/Parada, a nau contaria estórias que são canções depois da madrugada”.
Lenilson Carvalho – Dentista e escritor
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