O BEM E O MAL… – 

“Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”
(2 Coríntios 12:10)

Nessa jornada, pelo caminho da nossa existência, sempre haverá tempo de provações, de testar limites e limitações. Existirão madrugadas cheias de dúvidas, dias completos de incertezas. Tempos preciosos e indispensáveis para descobrimentos e reconhecimentos. Espaços possuídos por enigmas e dúvidas, capazes de nos colocar à prova sobre quem somos verdadeiramente. “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”.

Estava lendo um trecho de um livro em que dizia que “Santo Agostinho reconheceu a misericórdia de Deus, que soube fazer sair um bem até do próprio mal”. Foram dois dias de suplício para mim, buscando entender como seria possível do mal se extrair o bem. Haveria o mal ter sido feito do bem? Haveria, nos ingredientes que compõe o mal, pitadas do bem? Se o mal é feito, também, do bem, então o mal não seria necessariamente mal…

O conflito da humanidade, desde os primórdios, é a luta entre o bem e o mal. É a luta interna que travamos todos os dias, que nos enclausura e nos reprime entre o que é certo e o que é errado, o que podemos e o que não devemos. Mas, o que verdadeiramente é certo e o que nos impede de realizarmos aquilo que nos convém, conforme nossas vontades e desejos?

Uma guerra instalada no âmago de cada um, em que cada um sofre as angústias e as dores do que mais lhe aflige. A base de tantos conflitos mora nas mansões da hipocrisia de uma sociedade/religião/política que nos impõe medo, intolerância, preconceito, machismo, racismo, misoginia, diferenças sociais, e mais, incrustando em nossas mentes, em nossos cotidianos falsos moralismos que reprimem e anulam pessoas.

São as nossas fraquezas (feridas) sendo magoadas pelo dedo dissimulado e enganador que aflora nossas maiores dores, aprisionando nossos piores fantasmas, aqueles que assolam nossos dias e destroem nossas madrugadas.

Haveremos de reconhecer o bem através do mal, ou o mal pode ser justificado pelo bem? Ou seria um parte do outro?

 

 

 

 

 

Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, [email protected]

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