O BOM E O MAU DA “NET” –
Hoje abordo o meu ponto de vista acerca dos benefícios e das mazelas decorrentes da extraordinária facilidade da comunicação, mediante a inclusão da cibernética no cotidiano da humanidade. Algo inimaginável de ser arraigado dos costumes da sociedade atual, tamanha a aceitação e penetração alcançadas.
A história da comunicação humana começou milhões de anos atrás por intermédio de gestos, sons e sinais. A escrita surgiu com os primeiros desenhos em cavernas, há cerca de 15 mil anos. Teve continuidade com os fenícios e egípcios mediante o alfabeto e hieróglifos, respectivamente.
Evoluiu com o rádio, o telefone e a televisão a partir do final do século XIX, alcançando níveis inimagináveis com o advento da internet na segunda metade do século XX. A popularização da novidade cibernética permitiu a criação de ferramentas que mantém o mundo todo em permanente comunicação.
O improvável aconteceu quando o jornal, o rádio e o telefone fixo perderam espaço para o telefone celular. A partir de então a internet ocupou todos os espaços da comunicação interpessoal e coletiva. A interlocução, a informação imediata, o divertimento, aconselhamentos, alertas, orientações, a tudo se tem acesso agora através de telinhas virtuais.
Os benefícios foram muitos, digamos incontáveis, como a conversação imediata ao vivo e em cores com o mundo inteiro a custo zero. Por outro lado, a desinformação, a mentira, o desrespeito ao próximo, a sujeira moral e a maldade ocuparam um espaço ideal e privilegiado, antes limitado e restrito basicamente, a boca a boca.
Se as boas informações nos chegam com rapidez, com maior velocidade são espalhadas falsidades, injúrias e maledicências envoltas em embalagens de veracidade. Agora, com o advento da Inteligência Artificial, vemos mentiras saídas de bocas com as vozes e os perfis de quem nunca as pronunciaram. Ou seja, o auge da tecnologia a serviço da maldade desmedida.
Embora a mania de utilizar o telefone celular tenha extrapolado o racional, sua importância é indiscutível. Se por um lado a contínua utilização deixa de ser salutar por viciar o jovem; por outro lado, aguça a sua perspicácia por conhecimento e aprimora a sua educação, mesmo ante o risco de mazelas outras.
Tiro o máximo proveito da internet descobrindo e aprendendo coisas ou ensinamentos de pessoas avulsas que, por timidez se escondem no anonimato, mas deixam escapulir a riqueza de seus talentos e sabedorias. Escolhi uma exaltação à solidariedade constante do escrito abaixo, como exemplo:
“Nascemos através de outros. Nossos primeiros banhos foram dados por outros. Nosso nome foi dado por outros. Fomos educados por outros. A nossa renda vem por meio de outros. Quando adoecemos somos cuidados por outros e nosso último banho será dado por outros…”
“…Nosso funeral será realizado por outros. Nossos pertences serão herdados por outros. Nessa vida, todo tempo, estamos atrelados uns aos outros. Afinal de contas, cada um de nós é o outro do outro. É por isso que devemos sempre cuidar uns dos outros, porque enquanto estivermos vivos precisaremos uns dos outros.”
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil