Ô CAFEZINHO QUENTE! –
Na década de 1960, nas frequentes disputas entre o Alecrim FC e o Campinense Clube pela Taça Brasil, um piscada de lembrança me vem à mente.
Era noite fria e bela na cidade paraibana da Rainha da Borborema, momento convidativo para um bom espetáculo de futebol. Estádio do Campinense lotado, e sua torcida em vibração total.
O Alecrim FC, representante potiguar na competição promovida pela CBD ( Confederação Brasileira de Esportes) , depois CBF( Confederação Brasileira de Futebol), bem preparado, com uma boa equipe, aguardava a hora do confronto.
O nosso experiente massagista, um tanto preocupado com a baixa temperatura em campo, procurava a todo momento aquecer a musculatura de seus atletas. Não obtendo resultado somente com suas massagens, preparou um café quentinha e especial que o momento tão bem pedia. Café feito, com padrão FIFA.
Jogo iniciado, tudo bem até os seus primeiros vinte minutos, quando o nosso centroavante, um atleta calmo, tranquilo e disciplinado, começou a apresentar uma conduta estranha: corria em demasia, querendo bater todas as faltas, escanteios e até os tiros de meta. O treinador ficou assobrado e não sabia o que fazer. O Diretor, habituado a assistir o jogo chutando as pernas de quem estivesse mais perto, quase quebra a perna do massagista do seu lado.
O treinador aguardou alguns minutos e quando percebeu que a coisa só piorava, pediu a substituição do tão aguerrido atleta. O quê! O jogador quando percebeu que ia ser substituído, se revoltou e não quis sair de forma nenhuma. Precisou a intervenção da Diretoria e até uma olhada firme dos policiais em campo.
No banco de reserva, o jogador substituído, ficou saltitante, querendo a todo momento voltar ao gramado.
Conclusão da história: o nosso centroavante exagerou na tomada do inocente cafezinho estimulador e aquecedor das frias noites na Rainha da Borborema.
Ô cafezinho quente, o cafezinho do massagista Zoró!!!
Berilo de Castro – Médico e Escritor