O CARDEAL DE CATUANA –
Um homem de Deus foi instrumento de Sua paz e, por isso, visou ao bem-estar de seus concidadãos brasileiros. O seridoense Dom Eugênio de Araújo Sales nasceu na fazenda Catuana, em Acari. Catuana em tupi significa paz, bem-estar.
Padre aos vinte e três anos, foi mandado a Nova Cruz para ser vigário-colaborador. Tem gente que diz (e eu não nego!) que aprendeu a fazer trabalho social com o pároco da cidade, Monsenhor Pedro Moura.
Padre Pedro era um prático, múltiplo: mecânico, eletricista, marceneiro, criador de instituições de interesse coletivo. Fundou o hospital da cidade, abrigo de crianças carentes, congregação de religiosas. Providenciou auxílio aos necessitados. Criou ainda um pré-seminário e um cinema paroquial. Um gestor admirado.
Dom Eugênio foi também capelão do meu colégio, o Nossa Senhora do Carmo de Nova Cruz. Já em Natal, foi designado diretor espiritual do Seminário São Pedro e exerceu a capelania. Bispo e Arcebispo da Diocese, com o Padre Nivaldo Monte instituiu o Movimento de Natal, reorganizando a cidade. Criou aqui a Campanha da Fraternidade, adotada depois pelas dioceses do Nordeste e pela CNBB.
A sua ação evangelizadora foi reconhecida como Arcebispo de Salvador e Cardeal no Rio de Janeiro. Aos trinta anos, ele foi Arcebispo do Rio de Janeiro, crescendo a sua ação social nas favelas, escolas, cárceres, igrejas e aeroportos.
Durante o regime militar, deu proteção a perseguidos por pensarem diferente, recebendo refugiados e livrando-os da morte. Hospedou-os no Palácio São Joaquim e em cerca de cento e cinquenta apartamentos. Foram acolhidas de quatro a cinco mil pessoas.
Por haver criado sindicatos rurais e ativos grupos estudantis, foi acusado de ser comunista. Por ser amigo de militares de alta patente, foi apontado como colaborador do regime militar. Certa vez, telefonou ao Ministro do Exército Silvio Frota:
– Frota, se forem lhe dizer que eu estou protegendo contestadores, foragidos políticos, pode ter certeza de que é verdade. Faz parte do meu dever cristão, e de bispo.
Dom Eugênio contou com a colaboração de entidades da Igreja no exterior, do órgão para Refugiados da ONU e de líderes de países estrangeiros. Assim, mandou para a França e para outras nações muitos intelectuais e jovens dissidentes do regime. Ao mesmo tempo, ele combatia a chamada Teologia da Libertação, ala esquerdista da Igreja.
Por sua influência no Vaticano, chegou a ser chamado Vice-rei de Roma. Sem sua aprovação, nenhum bispo era nomeado na América Latina. Graças a seu empenho e respeitabilidade, foram declarados santos os mártires de Cunhaú e Uruaçu. Certamente, seriam reconhecidos, no futuro, os trinta santos que o Rio Grande do Norte deu ao Brasil. Sem interferência de Dom Eugênio talvez demorassem outros trezentos e cinquenta anos para a canonização
Dom Eugênio faleceu aos noventa e um anos. Toda imprensa relatou o fato de que uma pomba branca permaneceu pousada sobre o caixão funerário. O Espírito Santo é simbolizado por uma pomba branca, que se tornou também o símbolo da paz universal.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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