O CONFLITO RÚSSIA X UCRÂNIA E A MALDIÇÃO DO PETRÓLEO E DO GÁS –
Se não fora o fato de 1/3 do gás consumido pelos europeus ser fornecido pela Rússia através de gasodutos que atravessam o território da Ucrânia, talvez não estivessem os russos com tanta disposição em manter o conflito. O que confirma a literatura mundial sobre a cintraditória transformação de bênção em maldição a existência e propriedade de recursos minerais.
O que teve como marco inicial a preocupação do economista britânico William Jevons com a reserva do carvão em plena Revolução Industrial a cuja existência atribuía importância “quase religiosa”. Por sua vez, a constatação histórica de que os países detentores de abundância de recursos minerais sofriam de um fraco nível de desenvolvimento ou a utilizaram como meio de dominação de outros povos.
Sem falar na repercussão do crescimento acelerado do preço internacional do barril de petróleo que muito rapidamente, em torno de 10 dias passou de menos de 40 dólares para mais de 120 dólares, combinado com a retração de oferta. Razão pela qual, embora no Brasil possa se atribuir a outras causas a escalada do preço dos derivados de petróleo, a questão está também associado aquele conflito.
Embora não se possa desprezar razões locais, como a reduzida capacidade de refino, o que não acontece, por exemplo na Argentina, na Bolívia e na Venezuela e a politica de preços atrelada ao valor do dólar desde 2016/2017, prática também adotada por aqueles países. O que, entretanto, não impede que brasileiros residentes nas fronteiras Brasil-Argentina, Brasil-Bolívia e Brasil-Venezuela atravessem as fronteiras para lá abastecerem os seus veículos, enquanto não forem levantadas barreiras comerciais.
Alcimar de Almeida Silva, Advogado, Economista, Consultor Fiscal e Tributário